III ENCONTRO INTERINSTITUCIONAL DE FILOSOFIA
UFPE-UFPB-UFRN
13-15 de junho de 2005 / Recife, Pernambuco
Tema: "Ciência, Existência e Poder"

Os resumos estão organizados em ordem alfabética.
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Discussões acerca do aspecto intuicionistas da lógica da provabilidade
Maria da Paz Nunes de Medeiros - UFRN

Apresentaremos uma versão intuicionista da Lógica da Provabilidade, GL, que reflita as propriedades de um predicado de provabilidade da Aritmética de Heyting e discutiremos os critérios que caracteriza tal sistema como intuicionista.
 
De Bruno, do heróico, do furor
Maria Gilza UFRN

Comunicação que consistindo de breves comentários sobre contexto histórico, vida e obra de Giordano Bruno, se propõe a abordar sucintamente os conceitos de Heróico e de Furor tão significativos à compreensão do pensamento do Nolano.
 
UMA POSSÍVEL JUSTIFICATIVA PARA O AGIR MORAL
Maria José da C. Souza Vidal

O ensaio que segue tem a pretensão de sugerir uma justificação para o nosso convencimento próprio, como também para convencer o outro a agir moralmente. Tal justificativa está ancorada na filosofia moral de Ernst Tugendhat, filósofo contemporâneo e neo-kantiano, mas não somente, vamos além, trilhando caminhos e colocando nossas questões próprias enquanto pesquisadora da temática em questão. É uma tentativa de mesclar racionalidade e sensibilidade, ética e política, no intuito de apontar um parâmetro para que os indivíduos possam ter como “norte” nas suas ações particulares, gerando assim a possibilidade, a partir das ações micro uma postura em nível macro social que aponte para a construção de uma ética com princípios aceitos e postos em prática de forma universal.
 
Os atributos do filósofo e o sentido do inteligível no Livro IV da República de Platão
Markus Figueira da Silva - UFRN

Trata-se da exposição dos argumentos acerca da definição do filósofo no Livro IV da República com vistas a demonstrar o sentido do inteligível (noético) presente na linha dividida. O objetivo é a problematização da relação entre metafísica e ética na construção do ideal filosófico.
 
Marx e o Iluminismo
Mauro Castelo Branco de Moura - UFBA

Como as marés ou as fases da lua, obedecendo aos movimentos cíclicos da sociedade burguesa, em seus auges e descensos, o pensamento de Marx é periodicamente defenestrado, para ressurgir, uma e outra vez, revigorado. No entanto, não se tornará démodé, por mais que se pretenda negá-lo, pelo menos enquanto a sociedade burguesa existir... A perenidade da vigência do discurso crítico de Marx está afiançada na própria persistência, profundamente tensa, da própria realidade por ele escrutada. Daí que Jean-Paul Sartre, com grande clarividência e coragem, tenha proferido, no início dos anos sessenta do século passado, a seguinte confissão: “[...] considero o marxismo como a insuperável [l’indépassable] filosofia do nosso tempo [...]”
Legítimo herdeiro da tradição iluminista, as luzes e o esclarecimento ansiados por Marx não se podem constringir, no entanto, a desdobramentos meramente teóricos. Ao eleger o capital como objeto de sua obra, ao invés de assumi-lo como um fato irretorquível, parte para sua problematização, mostrando que esta forma da riqueza social encerra um enigma que é preciso ser decifrado: como é possível a valorização do valor [Verwertung des Werts]? O discurso crítico de Marx nasce, portanto, nos limites, no ocaso do discurso que chancela e legitima a própria ordem social vigente. Trata-se de uma razão que emerge no lusco fusco, quando as luzes desse discurso se apagam e que, por conseguinte, poder-se-ia denominar Razão Crepuscular. Destarte, o grandioso Projeto de Crítica da Economia Política de Marx não se limita a denunciar os limites, lapsos e afasias do discurso daquela disciplina, mas pretende superar a própria realidade social burguesa que o instaura...
 
Mito e neoplatonismo no Renascimento
Monalisa Carrilho de Macedo - UFRN

A escola neoplatônica de Florença, liderada por Marsilio Ficino, teve uma enorme importância na retomada e, até certo ponto, na reinvenção de mitos antigos em benefício da nova concepção do homem que começava a surgir. Procuraremos analisar aqui alguns de seus avatares e suas implicações na nova dimensão do sujeito alcançada no século XVI.
 
Hegel e o Ceticismo
Oscar Cavalcanti de Albuquerque Bisneto

O presente trabalho tem por objetivo encetar uma discussão em torno da problemática da possibilidade do conhecimento, tendo por norte três posturas filosóficas: uma cética, cujo principio basilar se assenta numa recusa geral do conhecimento; outra, parcialmente cética, é o pensamento kantiano, cujo pensamento se coloca a meio caminho entre o ceticismo e a metafísica dogmática; e, enfim, a postura de Hegel, para quem a possibilidade do conhecimento, alçando para além do dogmatismo, se afirma como total. Sendo que, ao fim da discussão, após pesar os principais argumentos de cada uma das três vertentes, forçoso será concluir a favor de uma das posturas, notadamente a do ceticismo.
 
Rousseau e a primazia do sentiment no iluminismo
Otacílio Gomes da Silva Neto - UFPB

Na França do século XVIII a preponderância da razão era uma marca fundamental do ponto de vista epistêmico, pois, era essa faculdade a principal responsável em julgar o que é verdadeiro e o que é falso. Grande parte da elite cultural a adotava como parâmetro que deveria apresentar o conhecimento autêntico. Com isso, a razão ganhou status de juiz, um modelo que deveria efetivamente iluminar o obscurantismo e as falsas doutrinas, que na opinião de alguns pensadores da época, foram marcantes no período medieval. A razão submeteu aos seus ditames a cultura do seu tempo: a filosofia, as ciências e as artes, a religião, a política e a sociedade. Rousseau foi um dos primeiros pensadores da época a pôr limites à razão. Não que Rousseau defendesse o irracionalismo e, com isso, simplesmente descartasse o uso e a importância da razão para o conhecimento. A razão é um componente importante no conjunto da obra desse genebrino. Rousseau tinha uma postura crítica em relação ao pensamento hegemônico, e isso não exclui evidentemente uma postura crítica à razão. Para agir moralmente, por exemplo, não se precisa de lições de moral, porque o que é bom já está gravado nos corações humanos. Para Rousseau, primeiro o homem sente, depois é que ele pensa. E é o sentiment o grande responsável pelo que há de bom na existência humana, pois existir é sentir. O sentiment também é entendido como algo indefinível, e que está intrinsecamente relacionado com o coração humano. Desse modo, é o sentiment que lança o homem na vida moral, e é ele o grande responsável pelos atos da consciência. O nosso intuito é o de demonstrar como o sentiment submete a razão, e paradoxalmente interpretar o que há de racional no sentiment para podermos apresentar Rousseau como um dos primeiros grandes críticos do iluminismo, no que tange à primazia da razão, tão louvada pela maioria dos seus contemporâneos.
 
SOBRE A METAFÍSICA SARTREANA
Paulo Jorge Leandro - UFRN

O presente ensaio tem como finalidade apresentar uma análise do filosofo Jean- Paul-Sartre, na introdução da obra O SER E O NADA (1943), em uma perspectiva metafísica ontológica existencial. Dessa maneira, o filósofo francês contemporâneo, rompe com o conceito divulgado pela filosofia tradicional que possui uma metafísica ontológica substancial de visão dualista do ser, com a teoria da substancia “ como aquilo que um ser não pode não ser” ou seja, a causa primeira do ser da coisa, logo, a filosofia tradicional procura estudar - o ser- através da essência e da aparência buscando, assim , uma substancia primeira, imóvel. O rompimento existencialista sartriano com a tradição dar-se a partir do momento em que coloca o ser como fenômeno ou aparição, onde as aparições manifestantes do existente não são interiores nem exteriores: equivalem-se entre si, remetendo a todas as outras aparições. O estado do ser somente se dá pelo ser na condição de aparição e não como coisa oculta especialista, remetendo assim ao seu pensamento: “ a existência precede a essência” . Essa concepção contrapõe-se com a visão dualistica tradicional aristotelica, do exterior e do interior, este na condição de uma verdadeira natureza, apresentando o ser como duas realidades distintas. Sartre com sua ontologia fenomenológica existencial, contribui com a contemporanidade por que traz no seu pensamento uma perspectiva inovadora da existência pela qual é autônoma e independente. Deste modo, concluindo então, que o aparecer não se opõe a nenhum ser, ele é o próprio ser na manifestação.
 
PSICANÁLISE ELEITORAL
Pedro Gabriel - UFPE

As pesquisas qualitativas foram a grande novidade das campanhas eleitorais do final da década de 90. Neste início de século/milênio, o destaque parece ser o uso eleitoral da Psicanálise. Há dois anos atrás, nas eleições presidenciais, de forma sigilosa, o comando tucano contratou três psicanalistas para traçar o perfil psicológico do então candidato Ciro Gomes. Eles ficaram de olho no programa eleitoral na TV procurando, nas falas e reações do candidato da Frente Trabalhista, fragilidades e vulnerabilidades a serem exploradas em futuros debates e nas (contra) campanhas. Até agora, ao que parece, a Psicanálise à distância tem sido usada com “eficácia”, sobretudo aliada a marketeiros que buscam construir uma imagem pública o mais palatável possível perante o grande público. Este texto se propõe a uma discussão ética acerca deste uso político/televisivo da psicanálise.

 

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