Sobre os desafios e necessidades de trabalhar com a ideia de tempo em sala de aula

O tempo é o elemento basilar para o trabalho do historiador. Utilizamo-lo, em recorte, para responder a alguma problemática. Contudo, precisamos evitar vê-lo igual a uma linha cronológica. Essa discussão teórica ao ser inserida na educação básica torna-se um desafio. Uma vez que o currículo dispõe o conteúdo histórico enquanto uma linha com sucessão de períodos, que se inicia na antiguidade e finaliza-se no mundo contemporâneo, acaba construindo, e reconstruindo, uma visão fechada sobre o tempo da história. Soma-se a isso, o fato de os alunos, em anos escolares iniciais, não serem ensinados por profissionais formados em história, dando margem a uma insuficiência teórica sobre o tempo. Trabalhar, com os alunos, a ideia do tempo é necessário. Eles precisam aprender a ler o passado enxergando especificidades daquele período, identificando rupturas e/ou continuidades, isso será possível na medida em que eles forem compreendendo que o tempo não é linear, tampouco que o tempo da história, e ela própria, não se faz enquanto uma linha feita por sucessão de períodos. De que maneira, portanto, nós, profissionais da educação básica, podemos construir, juntamente com as alunas e alunos do sexto ano, entendimentos relativo ao tempo da história?

Texto: Fabrício Carlos