Você zomba de mim como zombou no passado

O samba na voz Arlindo Cruz lançado nos primeiros anos deste milênio é mais próximo da historiografia da História do Ensino de História do que possa parecer. Intitulado “fingida”, é possível fazer uma analogia com muito das perspectivas que envolvem esse campo. Com constantes escritas que prometem renovação e o abandono do tradicional, celebrado após os anos 1980 no âmbito da História da Educação, mostra uma relação de desdém com o processo histórico que moldou a História do Ensino de História. A música diz “você zomba de mim como zombou no passado” . O antônimo de zombar seria respeitar. Assim, o ensino de História e as práticas que envolvem a pesquisa sobre a sua História permanecem em disputa com outras áreas de pesquisa, mas, mais do que isso é preciso refletir que a História do Ensino de História necessita dialogar com as instituições de ensino com a preservação e a utilização de seus acervos, arquivos e memórias que possibilitem fontes para a escrita de novas pesquisas. Apesar “dos desenganos que tive” como posto na letra se faz necessário assumir essa postura diferente para compreender e conduzir essa prometida renovação com uma nova conduta para não debilitar as áreas de pesquisa que envolvem o tema, “fiquei com esta lição”.

Texto: Maria Luiza