“O perigo de uma história única”, é um livro da escritora nigeriana Chimamanda Adichie, publicado no ano de 2019, pela editora Companhia das Letras. A obra nos traz importantes reflexões acerca da necessidade de nos questionarmos sobre as histórias únicas. A autora conta no livro memórias de sua infância, de quando lia livros infantis europeus, e como isso influenciou na perpetuação de padrões eurocêntricos em suas obras. Por muito tempo Chimamanda acreditou que personagens negros, como ela, não poderiam ter narrativas de destaque e serem sujeitos de sua própria história, não havia a possibilidade de identificação com aquelas personagens. No Brasil, as leis 10.639/03 e 11.645/2008, tratam da obrigatoriedade do ensino de História e cultura afro-brasileira e indígena na educação. Essa temática aparece também no livro didático, uma vez que ele é um dos instrumentos mais utilizados pelos professores e alunos nos processos de ensino e aprendizagem. Cabe a nós, profissionais da História, partirmos do livro didático e das questões citadas para instrumentalizar nossos alunos a questionarem narrativas e também sujeitos únicos, além de identificarem versões estereotipadas e preconceituosas. É preciso explorar as diversas possibilidades. Como a autora pontua: “[…] assim que se cria uma única história: mostre um povo como uma coisa, como somente uma coisa, repetidamente, e será o que ele se tornará.”

Texto: Giovana Alves