“Estamos vivendo uma situação sem precedente” provavelmente já ouvimos e lemos essa mensagem. Faz anos que estamos nessa vida acelerada e exaustiva sem parar, não como em um feriado, mas como uma freada brusca para evitar uma colisão catastrófica. Convenhamos não é só um resfriado! Nesses dias que temos o privilégio de estar em casa para reduzir a velocidade do COVID-19, acabamos “redescobrindo” que temos uma família, isso gerou e ainda está causando desconforto. Há quantos anos nós não convivíamos tão intensamente com eles?
Aqui em casa demoramos uns dias para realinhar a vida, as conversas, arrumar a casa e dividir as tarefas. Navegando pelas redes -além da que está armada no meio da sala -, observei as pessoas e muitas estavam nesse mesmo passo de se reencontrar.
Há notícias que o mundo lá fora tem se modificado, com menos movimento (poluição) nas ruas, os rios ficando mais limpos e céus mais claros. No meio dessa faxina forçada, talvez seja o momento de acessar memórias, abrir cadernos antigos e os álbuns de fotografias, contar o que aconteceu, lembrar histórias do tempo de escola, ver um objeto que estava guardado e lembrar seu significado, olhar pela janela e tentar recordar como aquela paisagem se modificou.
Texto: Maria Luiza