Data:
2021
Título:
A REVOLTA: DIÁLOGOS ENTRE KIERKEGAARD E DOSTOIÉVSKI NA CONSTRUÇÃO DO CONCEITO DE ANGÚSTIA COMO PARADOXO FUNDAMENTAL AO CAMINHO DE FÉ
Resumo:
O objetivo do nosso trabalho é a construção de uma chave hermenêutica, partindo da obra O Conceito de Angústia, de Kierkegaard, para a realização de uma análise interpretativa da obra Os Irmãos Karamázov, de Dostoiévski. Nesse diálogo, encontramos a angústia como conceito fundamental de todo o percurso discursivo, que se debruçará sobre a liberdade e sua relação com aquilo que Kierkegaard denomina por caminho de fé. A presente dissertação, por conseguinte, focará sua investigação nos embates que circundam o enredo dos capítulos “A revolta” e “O Grande Inquisidor”, especialmente no “angustiado” Ivan Fiódorovitch Karamázov, que, buscando compreender a natureza humana frente a sua liberdade, encontra a angústia em suas várias manifestações, em correspondência com as compreensões sobre as quais Kierkegaard disserta em sua obra, tomando como ponto de partida a relação entre o pecado e a natureza humana diante da liberdade, aprofundando a reflexão sobre paradoxo da superação teleológica da moralidade e os fundamentos da queda, do pecado hereditário e, obviamente, da angústia.
Palavras-chave:
Angústia; Liberdade; Subjetividade; Paradoxo.
Banca:
DAX F. MORAES PAES NASCIMENTO (Presidente - UFRN)
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Data:
11/2021
Título:
ECOS DE UM PENSAMENTO DA AMBIGUIDADE E DO SILÊNCIO A PARTIR DE A ESTRUTURA DO COMPORTAMENTO DE MAURICE MERLEAU-PONTY
Resumo:
Se há um tema que atravessa todo percurso filosófico de Merleau-Ponty e que, certamente, ao mesmo tempo que o insere dentro de uma tradição inaugurada por Descartes, o coloca em oposição radical a essa mesma tradição, este é o tema da relação entre consciência e natureza: ele é o ponto de partida da investigação em A estrutura do comportamento, e tema também da Fenomenologia da Percepção, trabalhos esses em que a questão é colocada a partir de um deslocamento da compreensão, desde Descartes, do que seja experiência e percepção, ancorando-as na facticidade de um corpo próprio, fazendo assim aparecer na percepção e na experiência um fundo de expressão. A mesma questão está presente em seus escritos, pós Fenomenologia, que interrogam os fenômenos da expressão e da linguagem. É nesse sentido que propomos aqui que A estrutura do comportamento nos abre para questões que vão acompanhar o filósofo até seus últimos escritos, que elas não perdem validade com os movimentos por vir de seu autor, mas que pelo contrário, ganham em profundidade, que elas já nos introduzem a pontos axiais que vão nortear as pesquisas futuras, que A estrutura do comportamento vai se tornando, conforme o pensamento do filósofo se alarga, num aspecto do todo da obra, de modo que pode se dizer que ela ilumina e é iluminada pelo pensamento que a sucede. No primeiro momento dessa dissertação, secção 1, introduzimos uma questão central de A estrutura do comportamento, questão a partir da qual o filósofo constrói sua crítica às filosofias substancialistas: o ser determinado, encerrado em si mesmo, concluído é o pressuposto comum tanto a atitude empirista como a intelectualista, o preconceito que ao mesmo tempo não lhes permite reconhecer o solo comum de suas teorias e as encerram ambas numa atitude positiva e objetiva. Secção 2 trás sua crítica ao cartesianismo com base na reflexão sobre a teoria dos reflexos. A crítica pontiana não se reduz, mostramos nesta secção, à destruição de uma tradição, em verdade, Merleau-Ponty constrói uma crítica buscando restaurar um Descartes que ainda nos dá muito a pensar. Procuramos mostrar que a noção de impensado que será trabalhada mais explicitamente nos escritos derradeiros, já está presente nesta primeira obra. Nas secções 3 e 4, buscamos expor sua crítica à Gestalttheorie e ao behaviorismo que aponta, simultaneamente, para insuficiências dessas na forma de comprometimento com o substancialismo, e para aquilo que trazem de mais fecundo, qual seja, as noções de comportamento e forma; é pela apropriação e radicalização dessas noções que as relações entre consciência e mundo (ou mesmo animal e meio) se mostram ambíguas, revelam a necessidade de um pensamento da ambiguidade e do inacabamento. Na última secção mostramos como os temas abordados reverberam no todo da obra e mesmo no movimento mais explícito do autor para um fazer filosófico como escritura, escritura essa que simultaneamente é convocada pelo silêncio e envolvida no silêncio. Se propomos, assim, que A estrutura do comportamento tem um sentido que vai além dela, é porque defendemos que ambiguidade, inacabamento, o silêncio do mundo percebido e a compreensão de percepção já como expressão, temas esses trabalhados nesta obra inaugural, se fazem presentes e mesmo governam aspectos centrais de todo percurso do filósofo.
Palavras-chave:
Merleau-Ponty. Forma. Estrutura. Percepção. Expressão. Silêncio.
Banca:
EDUARDO ANIBAL PELLEJERO (Presidente - UFRN)
LUIZ PHILIPE ROLLA DE CAUX (Membro Interno - UFRN)
WANDERLEY C. OLIVEIRA (Membro Externo - UFSJ)
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Data:
2021
Título:
FEMINISMO E CAPITALISMO: UM ROMPIMENTO NECESSÁRIO
Resumo:
Os movimentos de mulheres que endossam uma economia liberal, historicamente, demonstraram ser insuficientes e problemáticos diante das demandas sociais e políticas dos mais variados grupos que compõem a sociedade, pois não compreendem o que há por trás das opressões. É possível visualizar essa insuficiência a partir da obra de Betty Friedan (uma das representantes do feminismo liberal nos Estados Unidos da década de 1960), que trata a questão da subordinação feminina como uma questão autônoma, desvinculada das outras opressões mantidas e acentuadas pelo modo de produção capitalista. Para compreender esse problema e superá-lo, será necessário explorar a teoria do valor de Karl Marx e, partindo de autoras como Silvia Federici, Angela Davis, Heleieth Saffioti e Ana Montenegro, entender como o modo de produção capitalista se utiliza de desigualdades já existentes em sociedades pré-capitalistas para solidificar marcas sociais que permitam uma maior exploração. Ou seja, é a partir da desumanização ou inferiorização de certos grupos que se torna aceitável e se legitima que eles sejam ainda mais explorados em relação aos outros grupos. É nesse sentido que surge a necessidade de analisar o que há por trás das opressões sofridas pelas mulheres, entendendo que o feminismo não pode ser compreendido como um movimento político autônomo que busca somente a igualdade de gênero a partir de mudanças morais na construção da autonomia feminina, como propõe Friedan. Para ela, a libertação da mulher se limita à busca pela própria identidade. Essa perspectiva moraliza uma questão que demanda uma análise materialista-histórica e uma ruptura dentro do modo de produção antes de se deter nos aspectos subjetivos. Isso não significa que esses aspectos não sejam relevantes, mas sim que eles são insuficientes para realizar uma análise completa e profunda sobre as questões feministas
Palavras-chave:
Feminismo. Capitalismo. Marxismo. Opressão.
Banca:
MARIA CRISTINA LONGO CARDOSO DIAS (Presidente - UFRN)
CAROLINA DE MELO BOMFIM ARAUJO (Membro Externo - UFRJ)
SILVANA DE SOUZA RAMOS (Membro Externo - USP)
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Data:
18/06/2021
Título:
A METAFÍSICA SCHOPENHAUERIANA DA NATUREZA E A INTERPRETAÇÃO DO MUNDO COMO VONTADE
Resumo:
A presente pesquisa aborda o problema da Filosofia da Natureza e a interpretação do mundo como Vontade no contexto da Metafísica de Arthur Schopenhauer (1788-1860). Nesse contexto, expõe os pontos de convergência, diálogos e diferenças entre Ciência e Metafísica, uma vez que aquela encontra limitações epistêmicas em atingir o em-si do mundo, explicitando o papel que cabe à Metafísica em elucidar as “forças originárias” que permeiam os mundo como representação, haja vista que não é possível fazê-lo sob o princípio de razão suficiente, sem olvidar da importância que Schopenhauer confere às ciências como confirmação (Bestätigung) “a posteriori” de sua doutrina, pois os dados extraídos da experiência confirmam suas ideias centrais sobre a Natureza. Ademais, discute o problema da analogia e sua utilização por Arthur Schopenhauer como recurso de interpretação metafísica entre corpo (microcosmo) e mundo (macrocosmo), em que o filósofo vislumbra uma mesma essência, isto é, vontade (Wille). Com efeito, discute sobre a objetivação da vontade e a natureza do intelecto no organismo animal e sua relação indissociável com o problema da matéria, em ambas acepções (Materie e Stoff) e sua permanência no mundo, seja como substância abstrata, seja como material concreto das percepções. Sendo assim, apresenta a Teoria das Ideias na Metafísica da Natureza de Schopenhauer. Como consequência da objetivação da vontade e sua livre determinação do mundo, questiona-se sobre a Teleologia da Natureza e o “paradoxo das causas finais”. Por fim, aborda o problema da autoconsumação da Vontade no contexto da luta por matéria e conservação dos indivíduos, perpassando, inclusive, a questão do pessimismo e o sofrimento que é essencial a toda vida.
Palavras-chave:
Vontade; Metafísica; Natureza.
Banca:
DAX FONSECA MORAES PAES NASCIMENTO (Presidente - UFRN)
FEDERICO SANGUINETTI (Membro Interno - UFRN)
JORGE LUIS PALICER DO PRADO (Membro Externo)
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Data:
25/02/2021
Título:
"Poéticas da existência – o caminho da razão poética no pensamento zambraniano"
Resumo:
A apelação zambraniana à uma razão poética integradora capaz de recuperar o “misterioso nexo” que nos une à realidade encontra eco na filosofia atualmente e pouco a pouco se intensifica, ganhando espaços consideráveis de atenção. Sem embargo, nem sempre é fácil orientar-se na escrita dessa autora, que, atraída pela escritura de inspiração poética, nos oferece uma linguagem enigmática ainda hoje, apesar do relativo trabalho dos comentadores. Pouco conhecida, ela nos seduz com um convite: para que penetremos o terreno da ausência de indicações. Com o intuito de fazer cargo às suas contribuições afetivas, escreveu textos que abrem um campo imenso de interpretações e enfrentam, em qualquer caso, o problema de estabelecer as coordenadas para esse pensar - circunstância que poderia determinar o lugar de seu pensamento e o tempo de sua palavra. Com esse trabalho procura-se responder a um desafio, o de elevar a voz dessa pensadora. Tal intento é senão o de promover o intercâmbio de leituras realizadas desde diferentes pontos de vistas e a partir do desenvolvimento dos diferentes aspectos que marcaram a obra da autora, no sentido de criar um caminho onde as metáforas se conciliam para dar corpo à sua proposta na filosofia: a da razão poética. Isso se dará, primeiramente, a partir da elaboração da escritura da autora, apontando para a sua trajetória que clama pela união entre vida e pensamento, além de considerar a escritura de inspiração poética e, em certa medida, introduz o conceito de mística. Em seguida será feito um retorno a Sócrates e a Platão para entender a dimensão do diálogo e da palavra, resgatando o exílio da autora para entender a dimensão do humano a partir do retorno a caverna. Por último temos o método usado pela autora para a razão poética, estabelecido a partir de uma virada interpretativa do método cartesiano, finalizando com algumas considerações finais.
Palavras-chave:
María Zambrano. Razão poética. Metáforas. Linguagem.
Banca:
EDUARDO ANIBAL PELLEJERO (Presidente - UFRN)
CÍCERO CUNHA BEZERRA (Membro externo - UFS)
MARÍA DOLORES AYBAR-RAMÍREZ (Membro externo - UNESP)
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Data:
22/01/2021
Título:
"MARTIN HEIDEGGER: ACERCA DO HABITAR E DO CONSTRUIR"
Resumo:
Esta dissertação tem por objetivo analisar o habitar e o construir tendo por base o pensamento de Martin Heidegger, considerando a sua contribuição para pensar a relação entre a Filosofia e a Arquitetura. Investiga-se o habitar e o construir a partir da concepção heideggeriana do ser-aí como ser-no- mundo, bem como procura-se explicitar de que forma o homem habita e constrói numa época caracterizada pela consolidação do esquecimento do Ser e da consumação da metafísica. E, por fim, busca-se especular como o habitar e o construir podem ocorrer desde uma perspectiva de resgate do habitar essencial.
Palavras-chave:
Martin Heidegger; Pensamento; Habitação; Construção; Arquitetura.
Banca:
OSCAR FEDERICO BAUCHWITZ (Presidente - UFRN)
CLODOMIR BARROS DE ANDRADE (Membro Externo - UFJF)
GABRIEL KAFURE DA ROCHA (Membro Externo - IFSertãoPE)
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Data:
10/09/2020
Título:
"O DESTINO DAS PALAVRAS: IGUALDADE, LITERATURA E POLÍTICA NA OBRA DE JACQUES RANCIÈRE"
Resumo:
O objetivo deste trabalho é apresentar e desenvolver a relação entre as palavras, a igualdade, a emancipação, a estética e a política na obra de Jacques Rancière a partir da hipótese de que elas são, para além de signos de comunicação, meios pelos quais se pode reconfigurar uma partilha do sensível. Concebe-se, em geral, que escrever é submeter as palavras a certos conjuntos de regras e de saberes. Concebe-se, ainda, que as palavras encontradas nos livros de literatura ou aquelas encontradas nos rótulos de certas embalagens não portam nenhuma potência pela qual os sujeitos poderiam verificar sua igualdade com outros sujeitos e engendrar sua emancipação. Este trabalho busca, contudo, seguir por outro caminho e demonstrar que a história nos oferece contraexemplos a essas concepções gerais, a saber, que as palavras da literatura e as das embalagens são motores potenciais da emancipação de qualquer um. Por isso, ele será divido em quatro momentos. Em primeiro lugar, mostrará a aventura intelectual de Joseph Jacotot, pedagogo francês, reevocado por Rancière na década de 1980 para sustentar sua tese da igualdade das inteligências. Essa, todavia, só é possível na medida em que é mediada pela experiência de uma distância possibilitada por um livro e suas palavras. O segundo momento do trabalho tratará do que Rancière chama de democracia literária e de que modo, indiretamente, a experiência de Jacotot é indicativo dessa democracia. As palavras voam sem controle e podem ser ditas e escritas, inclusive, por aqueles que não têm o direito de usá-las. A palavra é democrática porque pode ser dita fora de lugar. Se se pode falar de democracia literária, é graças ao modo de ser que as palavras adquirem na modernidade. É sob o modo da palavra muda que não apenas a literatura, mas as ciências ditas sociais em sua esteira, se instituíram como tais. E é acerca dessa instituição que o terceiro capítulo falará. Rancière faz uma reconstrução das origens do método da ciência historiadora remontando ao modo de escrita da literatura. Esta, por sua vez, se escreve não apenas a partir da flutuação das palavras sem controle, mas também a partir da reconfiguração do sensível que engendram. Não por acaso, escrever é uma atividade política para Rancière. Sobre isso, enfim, tratará o quarto capítulo deste trabalho, partindo da distinção aristotélica entre os que detêm a palavra (logos) e os que detêm apenas a voz (phoné). Rancière contesta essa divisão afirmando que a política só é possível pela ruptura dessa partilha sensível que estabelece, de um lado, os falantes e, de outro, os que não podem falar. No fundo, a política só é possível na medida em que há uma redefinição das palavras por aqueles que, antes, estavam proibidos de usá-las. Mas, também, a política só é possível na medida em que joga com os limites dessas proibições, fazendo falar aos que não falavam ou tornando visíveis os que não eram vistos.
Palavras-chave:
Palavras; estética; política; política da literatura; Jacques Rancière.
Banca:
EDUARDO ANIBAL PELLEJERO (Presidente - UFRN)
ANDRÉ FABIANO VOIGT (Membro Externo - UFU)
PEDRO HUSSAK VAN VELTHEN RAMOS (Membro Externo - UFPR)
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Data:
09/07/2020
Título:
"É JUSTO OBEDECER A LEIS INJUSTAS? DESOBEDIÊNCIA CIVIL E O EXERCÍCIO DA DEMOCRACIA EM JOHN RAWLS"
Resumo:
O presente trabalho tem como objetivo verificar a compatibilidade entre a prática da desobediência civil e a estrutura de uma sociedade democrática constitucional no âmbito da teoria do filósofo estadunidense John Rawls. Para tanto, analisam-se as noções básicas que permeiam a teoria da justiça como equidade de Rawls – com destaque especial para a sua ideia de contrato social e para os princípios de justiça dele decorrentes – e explora-se sua posterior configuração como uma concepção política de justiça para uma sociedade democrática, destacando-se as principais ideias e concepções relacionadas a este conceito. Realiza-se também uma investigação acerca das noções de justiça e legitimidade do Direito e da lei sob a perspectiva rawlsiana, bem como se analisam as considerações do autor sobre o Estado de Direito. Abordam-se, ainda, os fundamentos da obediência à lei sob a perspectiva da teoria da justiça como equidade, dando ênfase aos princípios de justiça aplicáveis aos indivíduos: o princípio de equidade e os deveres naturais. Promove-se, além disso, uma análise do conceito rawlsiano de desobediência civil, ressaltando sua definição, sua justificação e seu papel em uma sociedade democrática, bem como distinguindo-o de outras formas de dissidência à lei, como a resistência militante e a objeção de consciência. Aponta-se, ainda, as semelhanças e diferenças entre o conceito de desobediência civil de Rawls e aqueles de autores como Etiénne de La Boétie, Henry David Thoreau, Hugo Adam Bedau e Martin Luther King. Defende-se, ao fim, que a desobediência civil possui um caráter estabilizador e terapêutico na sociedade democrática e que serve não apenas como um artifício de defesa da justiça constitucional, mas também como um apelo à manutenção da ordem política nos termos da ideia de razão pública, embora seja, na teoria de Rawls, um conceito excessivamente restritivo e que não atinge a dimensão do conflito entre a democracia como um conjunto de instituições e a desobediência civil como uma manifestação democrática extra-institucional que pode assumir formas insurrecionais.
Palavras-chave:
Justiça como equidade; Sociedade democrática constitucional; Justiça; Legitimidade; Direito; Estado de Direito; Desobediência civil; Razão Pública.
Banca:
MARIA CRISTINA LONGO CARDOSO DIAS (Presidente - UFRN)
NEWTON DE OLIVEIRA LIMA (Membro Externo - UFPB)
RENATO FRANCISQUINI TEIXEIRA (Membro Externo - UFBA)
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Data:
29/05/2020
Título:
"O problema da responsabilidade moral em Arthur Schopenhauer"
Resumo:
Na filosofia de Schopenhauer, a liberdade reside apenas na Vontade, as ações são determinadas necessariamente pela causalidade. Diante disto, como seria compatível a atuação, simultânea no homem, da vontade metafísica livre e do determinismo das ações individuais? Schopenhauer assegura que todas as ações são determinadas na mesma proporção de um relógio, mas também assegura que o homem em sua essência é vontade, e esta por sua vez é livre, todo-poderosa e insondável. A aparente contradição pode levar ao questionamento: como o homem pode ser determinado, ou seja, não pode decidir ser outro, mas ainda assim pode ser considerado como sua própria obra?  Seguiremos analisando os conceitos envolvidos na problemática levantada, buscando as respostas que podemos encontrar para elas na filosofia schopenhaueriana. Sabendo que no determinismo as ações são resultados dos motivos conhecidos pelo intelecto em contato com o caráter individual, trataremos dos atributos do caráter, levando em consideração que ele se constitui da própria vontade objetivada no indivíduo, assim como trataremos da natureza secundária e acidental do intelecto, que, apesar de ser colocado pela tradição como núcleo do homem e centro de responsabilização moral, veremos que possui um papel auxiliar como parte de um organismo. A vontade, portanto, assume a primazia sobre o intelecto como essência e origem do homem. Para compreender sua posição de originariedade, vamos analisar o significado do termo  asseidade, considerado pelo nosso autor como imprescindível para se pensar responsabilidade e imputabilidade. Abordaremos oportunamente as principais objeções e dificuldades encontradas pelos estudiosos e comentadores. A questão principal desta pesquisa consiste em compreender em que medida o homem pode ser responsabilizado moralmente por suas ações, enquanto é a sua própria obra, no sentido de possuir asseidade, considerando-se a liberdade da vontade e o determinismo das ações.
Palavras-chave:
Schopenhauer – Responsabilidade – Liberdade – Necessidade – Asseidade.
Banca:
DAX FONSECA MORAES PAES NASCIMENTO (Presidente - UFRN)
CINARA MARIA LEITE NAHRA (Membro Interno - UFRN)
VILMAR DEBONA (Membro Externo - UFSC)
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Data:
27/05/2020
Título:
"A tese de Schopenhauer acerca da vontade como essência humana e seus desdobramentos práticos e morais"
Resumo:
Para o filósofo alemão Arthur Schopenhauer (1788 – 1860), a essência de tudo o que existe na natureza é vontade. O homem é uma das diversas aparências que a vontade assume quando aparece em seu espelho: o mundo como representação. Este trabalho realiza um recorte na visão schopenhaueriana do mundo como vontade, elegendo como objeto de estudo as peculiaridades assumidas pela vontade ao objetivar-se enquanto essência humana e abordando os desdobramentos práticos e morais que podem ser encontrados na filosofia de Schopenhauer para sua compreensão de essência humana. Assim, este trabalho começa pela explanação da tese fundamental de Schopenhauer de que a vontade constitui a essência metafísica e o núcleo do homem, a partir da análise de sua primazia sobre o intelecto na autoconsciência. Os desdobramentos práticos apontados para o estabelecimento da vontade enquanto essência humana são localizados no modo como a vontade determina o modo de vida do indivíduo. A depender de suas inclinações preponderantes, ele levará uma vida devotada à busca de um certo de tipo de prazeres, os quais podem ser da ordem das sensações, da ordem da vaidade, do puro conhecer, do comprazimento estético, do engajar-se em atividades criativas etc. O âmbito da moral se abre na filosofia schopenhaueriana a partir da análise da natureza da motivação por trás das ações – ou “atos de vontade”. Schopenhauer estabelece três motivações básicas para o agir: o egoísmo, a maldade e a compaixão. Cada uma delas está associada a um grau de veemência específico da vontade, o qual, por sua vez, determina o quão atado ao princípio de individuação – princípio que reúne as formas a priori do espaço e do tempo na apreensão das múltiplas aparências da vontade – é o modo como funciona o conhecimento deste sujeito. Para Schopenhauer a conduta moral só é possível quando o princípio de individuação não domina o modo de conhecer do sujeito permitindo-lhe reconhecer que a sua essência é idêntica à do outro.  É desse reconhecimento que nasce a justiça, a bondade e a compaixão. Dessa forma, nosso trabalho se conclui na realização de uma tentativa de explanação acerca do modo intrincado como Schopenhauer atrela sua análise da motivação das ações de um indivíduo à análise de quão profundamente esse sujeito reconhece sua ligação essencial com os demais seres da natureza, uma vez que tudo o que há é manifestação da mesma vontade.
Palavras-chave:
Schopenhauer; Vontade; Essência humana; Autoconsciência; Moral.
Banca:
DAX FONSECA MORAES PAES NASCIMENTO (Presidente - UFRN)
EDUARDO RIBEIRO DA FONSECA (Membro Externo - PUCPR)
MARKUS FIGUEIRA DA SILVA (Membro Interno - UFRN)
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Data:
17/03/2020
Título:
"DIREITO DE RESISTÊNCIA E REVOLUÇÃO POLÍTICA NA FILOSOFIA PRÁTICA DE IMMANUEL KANT"
Resumo:
Este trabalho objetiva investigar e reorganizar sistematicamente os problemas relacionados ao direito de resistência e à revolução política na filosofia prática de Immanuel Kant. Ele está organizado em três capítulos. No primeiro, realiza-se uma exposição das principais características da filosofia política de Kant. Com vistas a fazer valer o referido aspecto sistemático da pesquisa, verifica-se sobretudo a normatividade contida na ideia de república como um elemento comum esboçado já na "Crítica da razão pura" e consolidado, posteriormente, por meio da concepção de um necessário vínculo entre os domínios da moral e do direito. No segundo, com base na estruturação prática proposta por Kant, analisa-se a questão da resistência sob as perspectivas do direito positivo e da moral. Ademais, explora-se o vínculo da obra kantiana com o conturbado contexto histórico do final do século XVIII. Almeja-se, assim, entender principalmente como elementos externos, nomeadamente a Revolução Francesa e seus ideais, podem ter influenciado os ensaios da década de 1790. No último capítulo, reconstrói-se a argumentação de Kant sob o ponto de vista do projeto de uma história universal. Aqui, em consonância com uma discussão já reconhecida pela tradição kantiana, investiga-se se a filosofia da história, a despeito dos impasses que perpassam um tema tão controverso, pode oferecer um sentido positivo para as revoluções.
Palavras-chave:
Resistência; Revolução; Política; Moral; História universal.
Banca:
DAX FONSECA MORAES PAES NASCIMENTO (Presidente - UFRN)
ALESSANDRO PINZANI (Membro Externo - UFSC)
CINARA MARIA LEITE NAHRA (Membro Interno - UFRN)
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Data:
04/03/2020
Título:
"A DEFESA DA MODERNIDADE EM JÜRGEN HABERMAS: uma reconstrução a partir da incompreensão e da intenção da pós-modernidade."
Resumo:
A presente pesquisa tem por objetivo investigar as obras da segunda fase de Jürgen Habermas (1929-) a fim de mostrar a defesa da modernidade que o herdeiro da Escola de Frankfurt realiza ao se confrontar com a ideia do despontar da pós-modernidade. Para ele, a ideia de uma ruptura com o mundo moderno é um equívoco, representando, na verdade, apenas uma incompreensão sobre o significado da modernidade enquanto uma consciência de tempo, marcada pelo problema da autocertificação e do duplo processo de racionalização social, e uma intenção de distanciamento do projeto formulado pela Aufklärung. Ter-se-á como referência principal a obra O Discurso Filosófico da Modernidade (1985) e obras adjacentes como Pequenos Escritos Políticos V (1985) e A Teoria do Agir Comunicativo (1981). Tendo tais obras como horizonte teórico, esta dissertação se estrutura em quatro capítulos. No primeiro, realiza-se uma exposição do projeto habermasiano de construir uma teoria crítica da sociedade, defendendo de forma salutar o conceito de emancipação e os pressupostos da modernidade, bem como recusando veementemente o prefixo “pós” para definir o nosso período histórico. No segundo, aborda-se o primeiro eixo da crítica de Habermas à pós-modernidade: a incompreensão, ou seja, o fato de que os filósofos pós-modernos querem romper com os alicerces modernos estando ainda presos a eles. Ficará evidente que a incompreensão é fruto de uma análise equivocada feita da modernidade, na qual não se considera os problemas centrais apontados por Hegel e Weber. Após a caracterização do próprio significado da modernidade, adentra-se ao terceiro capítulo, no qual se analisa a real intenção existente na tentativa de rompimento com o mundo moderno e de como essa atitude remete aos pensamentos que vigoraram entre Nietzsche e os herdeiros de Hegel. Por fim, no quarto capítulo, resgata-se a maneira com a qual Habermas pretende persistir no projeto da Aufklärung a partir de uma mudança de paradigma que abandona a filosofia centrada no sujeito e aponta para aquela centrada na comunicação e no entendimento entre sujeitos capazes de falar e agir.
Palavras-chave:
Pós-modernidade; modernidade; racionalização social; autocertificação da modernidade; Aufklärung.
Banca:
ANTONIO BASILIO NOVAES THOMAZ DE MENEZES (Presidente - UFRN)
ALESSANDRO PINZANI (Membro Externo - UFSC)
MARCOS DE CAMARGO VON ZUBEN (Membro Externo - UERN)
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Data:
17/02/2020
Título:
"CORPO, PRAZER E ESTILO: A ÉTICA HEDONISTA DE MICHEL ONFRAY"
Resumo:
O prazer é o principal motor do comportamento humano, uma força da natureza que impulsiona a vida à sua máxima afirmação. Por isso também ele é o maior problema ético e moral para toda uma tradição do pensamento, de Demócrito a neurocientistas contemporâneos. Michel Onfray, pensador libertário dos mais interessantes no cenário intelectual francês atual, afirma que não há ética fora do hedonismo, razão pela qual sua obra se organiza junto à longa linhagem da tradição filosófica hedonista. Concebendo o humano como um ser constituído de paixões e forças vitais brutas que precisam ser lapidadas por um projeto filosófico e ético, Onfray pensa o corpo e o prazer como guias existenciais. O presente estudo aborda essa ética jubilosa a partir de duas obras fundamentais da bibliografia onfrayriana: A arte de prazer: por um materialismo hedonista (1991); e A escultura de si: a moral estética (1993). Tomando estes textos como horizonte teórico, o trabalho está organizado em quatro capítulos. O primeiro aborda a questão do corpo, essa máquina hiperestésica da qual toda filosofia é a expressão. Hápax existencial, conceito que norteia esse capítulo, foi desenvolvido por Onfray para dar conta da relação corpo/pensamento. Em seguida, abordamos os fundamentos do hedonismo, buscando examinar a natureza própria do prazer e da dor enquanto afetos primordiais da vida. Donde as seguintes questões: por que o prazer é um problema moral? Quais são suas implicações éticas? O prazer é condição necessária para a felicidade? Hedonismo e eudemonismo são noções distintas ou inter- relacionadas? No terceiro capítulo adentramos nos desenvolvimentos éticos fundadores do hedonismo, os quais devemos às filosofias de Aristipo e de Epicuro, dois pensadores da Antiguidade grega. Propomos aqui uma apresentação comentada da interpretação que Onfray oferece destes representantes maiores do hedonismo. Prazer e estilo intitulam o último capítulo desta dissertação. De fato, para Onfray o hedonismo ético é sinônimo de estética da existência. Assim, na esteira de Nietzsche ele versa sobre um individualismo que não é um egoísmo, defende um relativismo ético contrário a toda moral castradora e pensa a construção de um eu possível a partir da matéria bruta e caótica de que somos feitos a priori. Em seguida, propõe uma teoria do gozo estético onde celebra o corpo e seus cinco sentidos, decerto, mas dá especial atenção ao olfato, ao paladar e ao tato, pois estes são, segundo a tradição idealista a que Onfray se contrapõe, “sentidos ignóbeis” desprovidos de status intelectual. Ao fim concluímos que o propósito da obra onfrayriana é o de promover uma rematerialização da vida como forma de combater o niilismo contemporâneo, algo só possível se nos reconciliarmos com o corpo a fim de afirmar sua potência hedônica. Daí sua concepção de que a filosofia é uma arte de viver, e não simples teoria. Nesse projeto ético que celebra a amizade como virtude maior, o pensador hedonista almeja “saber desfrutar lealmente do próprio ser”.
Palavras-chave:
Corpo. Estética. Ética. Hedonismo. Individualismo. Onfray.
Banca:
MARKUS FIGUEIRA DA SILVA (Presidente - UFRN)
ANTONIO JÚLIO GARCIA FREIRE (Membro Externo - UERN)
MARCOS DE CAMARGO VON ZUBEN (Membro Externo - UERN)
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Data:
12/12/2019
Título:
"SUBJETIVIDADE E ESCRITA: A EXPERIÊNCIA DA ESCRITA LITERÁRIA COMO UM PROCESSO DE SUBJETIVAÇÃO"
Resumo:
Nas duas últimas décadas do século vinte, a chamada filosofia do sujeito sofreu uma redefinição conceitual. Abandonando as determinações mais gerais do termo “sujeito”, a relação subjetiva a si radicaliza-se conceitualmente enquanto processos e modos diversos de subjetivações. Assim, os sistemas de determinação da subjetividade adquirem as mais variadas formatações. A relação a si ou o trabalho sobre si se potencializa a partir de múltiplos registros, sistemas de modelização e estratos. A partir dessa guinada, esta dissertação tem como objetivo ressaltar a experiência da escrita literária como um modo possível de subjetivação. Portanto, a tese a ser defendida é de que a escritura é um lugar privilegiado de ocorrência de processos de subjetivação. Para cumprir esse objetivo busca-se o testemunho direto das experiências registradas de escritores sobre seus próprios atos de criação literária. A reflexão de escritores é tomada no sentido de uma decifração das ocorrências de modos de subjetivação durante o ato de escritura. Diários e cartas se constituem assim como documentos de reflexão e apropriação do trabalho sobre si que ocorre na escritura. O ponto de partida incide sobre a famosa correspondência de Flaubert, na qual a análise pretende entender a forma como se configura a experiência da escrita como um modo possível de subjetivação. Em seguida, toma-se os diários de Kafka como um documento no qual escritura e processos subjetivos estão intrinsecamente relacionados. Por fim, toma-se as reflexões de Italo Calvino sobre a possibilidade de uma escritura sem a inflexão de um self para tematizar uma possível reterritorialização da literatura.
Palavras-chave:
Subjetividade; subjetivação; escritura; experiência da escrita; filosofia e literatura.
Banca:
EDUARDO ANIBAL PELLEJERO (Presidente - UFRN)
MARCIO VENICIO BARBOSA (Membro Interno - UFRN)
CLÁUDIA GRIJÓ VILAROUCA (Membro Externo - UFPA)
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Data:
10/12/2019
Título:
"TELEOLOGIA E MORALIDADE NO CONTEXTO DA CRÍTICA DA RAZÃO PURA"
Resumo:
Esta dissertação visa realizar um exame acerca da teleologia e moralidade no contexto da Crítica da razão pura da autoria de Kant. O presente trabalho objetiva argumentar sobre a possibilidade de uma teleologia prática, assim como a possível ligação com a moralidade na primeira Crítica, para que seja possível esta finalidade a configuração desse trabalho segue a seguinte estrutura: no primeiro capítulo busca-se estabelecer uma distinção entre o entendimento e a razão. No segundo capítulo a meta é reconstruir a argumentação que fundamenta a teleologia entendida como teórica aos moldes traçados da Crítica. Por fim, o terceiro e último capítulo carrega o propósito de analisar a possibilidade de uma teleologia prática fundamentando a temática da moralidade no contexto da Crítica da razão pura. Desse modo, o trabalho pretende justificar que é possível pensar uma teleologia com fins práticos na obra inaugural do período crítico deste autor, possibilitando pensar outros aspectos do kantismo ao que se refere a sua ética.
Palavras-chave:
Razão, ideias, teleologia, moralidade.
Banca:
BRUNO RAFAELO LOPES VAZ (Presidente - UFRN)
ALEXANDRE MEDEIROS DE ARAUJO (Membro Externo - IFRN)
JOEL THIAGO KLEIN (Membro Externo - UFSC)
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Data:
28/11/2019
Título:
"O PROJETO COSMOPOLITA HABERMASIANO: UM ESTUDO SOBRE A TEORIA E SEUS PONTOS SENSÍVEIS"
Resumo:
A mudança na ordem política e econômica mundial iniciada após a Segunda Guerra Mundial fez Jürgen Habermas refletir e escrever sobre ela. Este trabalho objetiva estudar a evolução da teoria cosmopolita habermasiana, que estudou fartamente sobre as condições de democracia nos Estados Nacionais, mas, observando as novas configurações da ordem mundial e tomando por base as ideias cosmopolitas de Immanuel Kant, reescreveu alguns de seus conceitos e apresentou novas formulações para uma sociedade mundial democrática e pacífica. Habermas estudou a formação das estruturas políticas dos Estados Nacionais e, em face da irreversibilidade da globalização, sugeriu uma legítima formação política em sociedades plurais, a partir de condições procedimentais de democracia diferentes das observadas nos estados nacionais, mas possíveis. Ele viu na caótica relação mantida pelos sujeitos do direito internacional uma situação insustentável, que sempre conduzia à guerra, e formulou uma nova configuração desses sujeitos estruturada em níveis de poder e competência política, de modo a praticar a democracia, manter a paz e garantir a observância dos direitos humanos. Habermas, contudo, sofreu severas críticas sobre questões essenciais de sua teoria, que também são analisadas neste estudo e confrontadas em face dos escritos do próprio Habermas e em face de outros autores que fizeram uma leitura diferente da teoria cosmopolita habermasiana.
Palavras-chave:
Teoria cosmopolita de Habermas; Nova ordem mundial; Democracia; Paz mundial.
Banca:
ANTONIO BASILIO NOVAES THOMAZ DE MENEZES (Presidente - UFRN)
EVANIA ELIZETE REICH (Membro Externo - UFSC)
OEL THIAGO KLEIN (Membro Externo - UFSC)
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Data:
27/11/2019
Título:
"A NOÇÃO DE CONCÓRDIA NO IDEAL DE “ESTADO” AGOSTINIANO"
Resumo:
O objetivo desta pesquisa é analisar aspectos da filosofia política agostiniana para identificar onde reside e como se dá a noção de poder dentro do contexto da concepção de Estado justo. Para tanto, parte-se, primeiramente, da mudança religiosa e cultural ocorrida no império Romano com a oficialização do cristianismo como religião oficial. É neste cenário que a noção de concórdia estudada nesta pesquisa encontra suas origens, pois todo o caminho percorrido pela nova religião aponta a necessidade de uma teorização das relações entre Estado e Igreja. A posição defendida neste trabalho é a de que se encontra em Agostinho um conjunto de ideias que contém uma reflexão acerca de como o cristianismo poderia oferecer meios estruturantes para a manutenção e consolidação da ordem social e da paz, não somente para o Estado romano, mas para qualquer povo abertos aos preceitos divinos. Tal perspectiva surge a partir de situações específicas vivenciadas pelo Bispo de Hipona, a saber: a questão donatista, o saque de Roma, em 410, e a decadência do Império. Com realidades como estas, as quais apontavam para a desestruturação imperial e para uma divisão da Igreja, Agostinho propõe uma mudança de valores capaz de fazer todos os homens viverem bem na terra. Para tanto, o filósofo divide em dois grupos toda a humanidade, a saber a cidade terrena (que serve aos desejos) e a cidade celeste (que serve a Deus), mostrando o protagonismo do segundo grupo em saber administrar melhor os bens suficientes para a construção e manutenção da paz temporal. Além disso, um elemento presente na doutrina cristã e cunhado por São Paulo, a saber, a charitas, faz com a cidade celeste tenha um substrato potencial para promover união e responsabilidade coletiva. Sendo assim, empregados os preceitos divinos naquilo que funda e define o Estado, a saber a concórdia, ele pode ser transformado numa realidade que priorize algo que todos os humanos desejam: a paz terrena. Assim, o consenso fundante deve estar pautado pela busca da ordem social à luz da lei eterna, a qual oferece os meios mais eficazes para o ordenamento da sociedade, inclusive no sentido coercitivo. Ademais, sendo a paz temporal o desejo de uma multidão em acordo, ela tem o poder de determinar as formas de governo e leis. Desse modo, os desdobramentos resultantes da concórdia levarão a tese que o poder de um Estado reside nela e depende dela para ser justo.
Palavras-chave:
Agostinho de Hipona; Concórdia; Poder; Paz temporal; Caridade;
Banca:
GISELE AMARAL DOS SANTOS (Presidente - UFRN)
ANTONIO PATATIVA DE SALES (Membro Externo - UEPB)
MARIA SIMONE MARINHO NOGUEIRA (Membro Externo - UEPB)
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Data:
22/11/2019
Título:
"O absurdo na existência: uma análise da condição humana na filosofia de Schopenhauer"
Resumo:
Procurando situar a filosofia de Arthur Schopenhauer (1788 – 1860) a partir da hegemonia da Vontade, esta pesquisa tem por objetivo apresentar de que maneira a existência humana pode ser considerada como absurda, porque pautada em um querer viver sem finalidade ou razão. A compreensão de uma existência absurda advém de uma interpretação feita por Clément Rosset (1939 – 2018) acerca da filosofia schopenhaueriana, segundo a qual o autor expõe que o querer, manifestação fenomênica da Vontade, é o centro para o qual convergem todas as incongruências existenciais. No entanto, para além da soberania da Vontade, também devemos expor algumas questões relativas à representação, já que é no contexto do mundo fenomênico, da natureza, que o espanto perante o absurdo da existência pode se tornar consciente para os seres humanos. Para tal fim, utilizamos, principalmente, O mundo como vontade e como representação (3ª ed. 1859), de Schopenhauer, e Schopenhauer, philosophe l’absurde (2ª ed. 1994), de Rosset.
Palavras-chave:
Schopenhauer; Vontade; Causalidade; Ausência de finalidade; Existência; Absurdo.
Banca:
DAX FONSECA MORAES PAES NASCIMENTO (Presidente - UFRN)
EDUARDO RIBEIRO DA FONSECA (Membro Externo - PUCPR)
JOSÉ THOMAZ ALMEIDA BRUM DUARTE (Membro Externo - PUCRJ)
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Data:
07/12/2017
Título:
"Democracia Constitucional a respeito da finalidade e da forma de efetivação"
Resumo:
Qual a ligação entre a subjetividade e a intersubjetividade em uma ética das ciências filosóficas práticas? Pretende-se notar se o paradigma da intersubjetividade, da perspectiva individual, já supõe a subjetividade – perspectiva discursiva – embora o inverso não ocorra, necessariamente. Por este motivo a ética deve requerer sempre o descentramento em relação ao ego. A importância desta atitude ética para o cognitivismo é: o discurso filosófico científico não deve ser mero endossante de conclusões prévias ao processo investigativo que não advenham deste processo. Em “A Ética da discussão e a questão da verdade”, de Jürgen Habermas, há o questionamento quanto a um fundamento transcendental – base última de princípio epistêmico – e ao caráter individual da decisão de colaboração no discurso prático – disposição para chegar a conclusões verdadeiras pelo discurso ético. Neste debate recorre-se a autores diversos com o propósito de chegar a um denominador ético epistêmico em comum.
Palavras-chave:
Ética; discurso; democracia; reconhecimento.
Banca:
SERGIO LUIS RIZZO DELA SAVIA (Presidente - UFRN)
DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES (Membro interno - UFRN)
DAX FONSECA MORAES PAES NASCIMENTO (Membro Interno - UFRN)
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Data:
09/09/2019
Título:
"RAZÃO E HISTÓRIA EM HEGEL: a cultura filosófica como liberdade educação do sujeito"
Resumo:
Esta dissertação tem o objetivo de analisar, expor, verificar e refletir sobre os conceitos de Razão e História no sistema científico e Filosófico elaborado por Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831), segundo a perspectiva da cultura (Bildung) do sujeito que desvela todo o processo de formação que engendra a lógica absoluta da idéia, como também o logos da natureza e o movimento do Espírito. Tal educação só é possível de ser realizada quando o sujeito adquire uma cultura filosófica que, a partir do método dialético de investigação histórica, foi criada pelas escolas de Filosofia que surgiram na Grécia clássica. Começando com Tales até chegar em Aristóteles. O conceito de substância e sujeito foram definidos por alguns destes pensadores que sintetizaram o mecanismo orgânico do todo como causa divina sob o preceito da teórica conceitual. Hegel é influenciado pelos estudos destes filósofos que esclareceram a história deste saber que ainda era vinculado a causa geocêntrica do universo. É neste contexto político de descoberta científica que a cidade grega desde então passa a ser o palco de estudos a respeito do poder político, da ciência da natureza e da ciência do homem como também da preocupação com o destino trágico de toda geração que é domesticada pela sofistaria de pensamento que corrompe os deuses, a natureza e os homens. Para fazer um julgamento do espirito histórico do homem moderno e de todo mundo antigo que o antecede, Hegel teve que tomar conhecimento da crise que evidencia a eticidade trágica de toda cultura ocidental que começa a ser examinada por Sófocles (495 a.C. - 406 a.C.) que escreveu o primeiro romance policial da história. É com este intuito que o poeta revela a decadência da mitologia recalcada no barco de Teseu, isto é, no Estado e na sua razão de ser real, ideal e corrompido. A razão de Estado baseada na fortuna e na força da lei natural é posta em xeque pelo logos hegeliano. Portanto, a cultura filosófica do sujeito que adquire a liberdade de pensar na História só é possível mediante a tomada de consciência-de-si dentro de um Estado de direito segundo a sua prescrição assentada na idéia de Razão moral que quebra com os ditames do poder refletido na lei do mais forte. Este julgamento é proferido pelo tribunal filosófico segundo a defesa da Filosofia como uma ciência rigorosa que investiga toda a história do homem e do mundo através de seus conceitos.
Palavras-chave:
História, razão, estado, cultura, ciência.
Banca:
ALIPIO DE SOUSA FILHO (Presidente - UFRN)
GLENN WALTER ERICKSON (Membro interno - UFRN)
ABRAHAO COSTA ANDRADE (Membro Externo - UFPB)
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Data:
19/08/2019
Título:
"TRABALHO ALIENADO, FETICHISMO DA MERCADORIA E TEORIA DO VALOR EM KARL MARX"
Resumo:
O objetivo deste trabalho é defender que a superação do capitalismo implica emancipar os sujeitos de trabalhar nos termos da produção de mercadorias. As relações de produção capitalistas são aqui apreendidas como relações alienadas. Inicialmente, a partir dos Manuscritos econômico-filosóficos, tratar-se-á da relação estabelecida por Marx entre trabalho alienado e propriedade privada, destacando tal obra enquanto o primeiro esforço feito por Marx na direção de seus estudos sistemáticos sobre as relações capitalistas de produção. Em seguida, vemos que em O capital Marx avança ao desvelar o duplo caráter do trabalho representado nas mercadorias e, consequentemente, o tipo de dominação que a lógica própria do valor nos subsume. Conforme demonstra Lukács em sua Ontologia, destaca-se que o trabalho é categoria fundante, gênese ontológica do ser social posto que se trata de uma ação teleológica dos sujeitos em seu metabolismo com a natureza. Ao mesmo tempo, como demonstrado em O Capital, o trabalho é o único tipo de atividade capaz de produzir valor, forma social tomada pela riqueza no capitalismo. A contribuição de Postone é utilizada para reafirmar que a lógica do capital consiste num movimento ensandecido de auto expansão do valor – portanto, do trabalho -, deixando claro que não é possível superar o capitalismo sem abolir o valor, ou o trabalho, enquanto mediador social. Assim, será possível defender que o caminho para realizar a liberdade humana requer a superação de duas coisas, que na verdade representam uma só: a ruptura com a lógica do valor e, consequentemente, com o tipo de trabalho que o produz. Palavras-chave: alienação; liberdade; teoria do valor; fetichismo da mercadoria; Karl Marx.
Palavras-chave:
alienação; liberdade; teoria do valor; fetichismo da mercadoria; Karl Marx.
Banca:
MARIA CRISTINA LONGO CARDOSO DIAS (Presidente - UFRN)
MARACAJARO MANSOR SILVEIRA (Membro Externo - UFF)
PAULO HENRIQUE FURTADO ARAÚJO (Membro Externo - UFF)
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Data:
30/08/2019
Título:
"DOMINAÇÃO E LIBERDADE EM HERBERT MARCUSE"
Resumo:
A proposta central desse trabalho é investigar em Eros e civilização (1955) e O homem unidimensional(1964), obras de Herbert Marcuse, a forma como a sociedade pré e tecnológica tem determinado os limites da liberdade através de mecanismos de controle. Essa análise parte num primeiro momento deEros e civilização, da leitura de Marcuse sobre as especulações antropológicas de Freud. Marcuse nessa obra usa a psicanálise para problematizar a relação entre civilização e repressão, assim como para pensar os espaços de liberdade que restam, representados pelos espaços de recusa. Em seguida é abordado em O homem unidimensional os novos elementos que aparecem em torno de uma dominação mais fechada nos países capitalistas desenvolvidos que caracteriza o esvaziamento quase total da liberdade na sociedade tecnológica. A partir dessa discussão verificou-se que os argumentos de Marcuse são relevantes para entender o contexto da sociedade sem oposições e para pensar possíveis estratégias de resistência e atuação política na contemporaneidade.
Palavras-chave:
Liberdade; psicanálise; política; tecnologia; repressão.
Banca:
ANTONIO BASILIO NOVAES THOMAZ DE MENEZES (Presidente - UFRN)
MARIA CRISTINA LONGO CARDOSO DIAS (Membro interno - UFRN)
REGINALDO OLIVEIRA SILVA (Membro Externo - UEPB)
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Data:
07/02/2019
Título:
"O DILEMA DE WOLLSTONECRAFT: FEMINISMO E CIDADANIA NO PROJETO DEMOCRÁTICO DE CHANTAL MOUFFE "
Resumo:
Esta pesquisa investiga o Dilema de Wollstonecraft, criado por Carole Pateman a partir de suas observações entre as reivindicações de uma cidadania pela igualdade e de uma cidadania da diferença pelo movimento feminista, partindo das reivindicações de Mary Wollstonecraft, ainda no século XVIII. E a partir da discussão provocada por Pateman a respeito da cidadania e a condição social da mulher, iremos ver como Chantal Mouffe apresenta a proposta da construção de uma cidadania pluralista agonística, que pretende ser a base de uma Democracia Radical e solucionar o dilema da reivindicação de igualdade e de reconhecimento das diferenças.
Palavras-chave:
Mulheres; cidadania; igualdade; diferença; democracia.
Banca:
Prof. Dra. CINARA MARIA LEITE NAHRA (Presidente - UFRN)
Prof. Dra. MARIA CRISTINA LONGO CARDOSO DIAS (Membro Interno - UFRN)
Prof. Dra. FLÁVIA CARVALHO CHAGAS (Membro Interno - UFPel)
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Data:
01/02/2019
Título:
"Liberdade, causalidade e natureza humana em Immanuel Kant "
Resumo:
A presente dissertação tem por objetivo percorrer três caminhos básicos na obra de Immanuel Kant (1724-1804): a) na Crítica da razão pura (1781/1787), investigar o problema da conciliação entre liberdade e natureza na terceira antinomia, demonstrando como, a partir de uma solução crítica enraizada no Idealismo Transcendental (sobretudo por meio da distinção fenômeno/coisa-em-si), pode o sistema da crítica admitir a possibilidade teórica do conceito de liberdade; b) na Fundamentação da metafísica dos costumes (1785), examinar em que medida esse mesmo conceito de liberdade é considerado de um ponto de vista prático, contribuindo, assim, para o estabelecimento de uma analítica da moralidade com base na razão; c) na Crítica da razão prática (1788), reconstruir os principais argumentos que avaliam a hipótese de uma razão prática pura, cuja lei, que orienta o agir, é reputada como um fato imediatamente reconhecido pela consciência moral. A dissertação também ensaia a relação entre uma filosofia moral pura (expressa nos termos da Fundamentação e da segunda Crítica) e aquilo que seria uma segunda parte da ética, denominada por Kant de antropologia prática (ou, simplesmente, filosofia moral aplicada), cuja tarefa seria, sobretudo, a de estudar as condições subjetivas (pertencentes à natureza humana, interpretada sensivelmente), contrárias ou favoráveis à execução das leis da razão prática. Desse modo, não seria o conceito de liberdade mera condição de possibilidade de uma determinação imediata (isto é, a priori) da vontade por meio da razão, mas, também, aquilo que permitiria a própria experiência moral, tomada em sentido concreto (esta, objeto da antropologia).
Palavras-chave:
Liberdade. Causalidade. Razão. Vontade. Antropologia.
Banca:
Prof. Dr. EDRISI DE ARAUJO FERNANDES (Presidente - UFRN)
Prof. Dr. ALEXANDRE MEDEIROS DE ARAUJO (Membro Externo - IFRN)
Prof. Dr. REGINALDO OLIVEIRA SILVA (Membro externo - UEPB)

Dissertação não disponível

Data:
01/02/2019
Título:
"O COMENTÁRIO DE TOMÁS DE AQUINO AO LIBER DE CAUSIS: ELEMENTOS DE UMA METAFÍSICA NEGATIVA"
Resumo:
Esta dissertação apresenta a recepção do neoplatonismo no pensamento de São Tomás de Aquino, mais especificamente seu Comentário ao Liber de Causis. Por tratar-se de uma síntese dos Elementos de Teologia de Proclo, como identificará São Tomás, o Liber de Causis preserva a mesma ordem triádica, hierárquica e dinâmica que constituem a causa de toda existência: Divina, Inteligível e Psíquica. São Tomás se serve da doutrina neoplatônica tanto para distinguir essas causas quanto para investigar como elas se relacionam entre si, a partir do ente material ao próprio ser subsistente, considerando as ideias de participação de todos os seres no Ser primeiro por uma certa causalidade metafísica e o conceito de negatividade do conhecimento humano frente a absoluta transcendentalidade da causa primeira.
Palavras-chave:
Ser; Causalidade; Negatividade; Neoplatonismo.
Banca:
Prof. Dra. OSCAR FEDERICO BAUCHWITZ (Presidente - UFRN)
Prof. Dr. SERGIO EDUARDO LIMA DA SILVA (Membro Interno - UFRN)
Prof. Dr. JOSE TEIXEIRA NETO (Membro externo - UERN)
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Data:
31/01/2019
Título:
"SUPER-HUMANO: PROPOSTA ATUAL PARA A SUPERAÇÃO DO HOMEM "
Resumo:
Desde que o homem resolveu sair da caverna e desbravar o mundo, levou consigo vários desejos. Talvez, dentre tantos que ainda carrega em seu poder, o que o afeta de forma vital, ou mais precisamente dizendo, de maneira essencial, se mostrando necessário para a manutenção da vida, é o desejo de superar a si mesmo. Diante de tamanho querer, Friedrich Nietzsche (1844-1900), aquele que procurou compreender com demasiada profundidade uma tensão interna do sentimento humano, foi o que propôs o “super-homem” como proposta para a superação do homem a partir de uma força oriunda do próprio indivíduo por se encontrar nele mesmo, a fim de transvalorar as dicotomias, erros e preconceitos que negavam a existência, em prol da afirmação da mesma. Mais tarde, a proposta de superar o homem anunciada por Nietzsche na segunda metade do século XIX, retorna, só que não mais a partir da ideia de uma força oriunda do próprio indivíduo, mas do aprimoramento deste por meio de aparatos tecnológicos, prometendo fazer do homem um “super-humano”: proposta atual para a superação do homem promovida pelo transhumanismo por entender que o homem não é o estágio final da evolução humana, devendo ser superado a partir de aparatos tecnológicos que contribuirão para o aumento das suas capacidades – ingressando numa existência na qual todas as características do corpo estarão aprimoradas.
Palavras-chave:
Nietzsche; Transvaloração-dos-valores; Super-homem; Transhumanismo; Aprimoramento-biotecnológico; Super-humano.
Banca:
Prof. Dra. CINARA MARIA LEITE NAHRA (Presidente - UFRN)
Prof. Dr. EDRISI DE ARAUJO FERNANDES (Membro Interno - UFRN)
Prof. Dr. PABLO MORENO PAIVA CAPISTRANO (Membro externo - IFRN)
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Data:
19/12/2018
Título:
"O Real e o Conhecimento "
Resumo:
O presente trabalho visa analisar a natureza geral da relação entre o conhecimento e seu objeto, tomado no sentido mais abrangente, bem como de investigar de que maneira o modo como abordamos a distinção entre ambos acarreta consequências para os campos da epistemologia e da metafísica. Buscaremos abordar essa questão por meio do estudo comparativo das filosofias de Immanuel Kant e de Bernard Lonergan e do exame da estrutura cognitiva humana. Mais especificamente, quatro problemas constituem a coluna desta dissertação: (1º) se a estrutura do conhecimento humano reflete ou não a estrutura da realidade conhecida; (2º) se as soluções ou escolhas adotadas no contexto da questão anterior acarretam consequências palpáveis para a ontologia e para o método científico; (3º) se o ponto de vista do senso comum, segundo o qual possuímos de fato um conhecimento da realidade ou do mundo, não limitado a nossas próprias construções de pensamento, ainda que imperfeito e parcial, é defensável; (4º) se, ao investigar esse tema, alguma pista para a solução do problema ontológico dos universais poderia ser encontrada.
Palavras-chave:
Conhecimento, realidade, estrutura, intuição, metafísica, Universais, Ser.
Banca:
Prof. Dr. DANIEL DURANTE PEREIRA ALVES (Presidente - UFRN)
Prof. Dr. BRUNO RAFAELO LOPES VAZ (Membro Interno - UFRN)
Prof. Dr. ARTHUR VIANA LOPES (Membro externo - UFPB)
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Data:
04/12/2018
Título:
"A ÉTICA DO SILÊNCIO NO DELINEAR DA SÉTIMA PROPOSIÇÃO DO TRACTATUS LOGICO-PHILOSOPHICUS"
Resumo:
A corrente abordagem apresenta como tema “A ética do silêncio no delinear da sétima proposição do Tractatus Logico-Philosophicus”, delimitando como ponto central a proposta do silêncio referente à ética, a partir da análise da proposição 7 que ratifica a discussão acerca do ‘calar-se’ diante daquilo que não pode ser dito. Pretendemos reforçar que ao escrever o Tractatus Wittgenstein não propunha uma discussão somente lógica, mas também com um caráter ético muito forte, fato comprovado pela experiência do sujeito metafísico que por sua vez apresenta a ética ao mundo, ou mais precisamente apresenta a ética no limite do mundo. Para tanto será produzida uma análise da primeira filosofia de Wittgenstein considerando a relação entre os termos centrais evidenciados pelo autor, quais sejam, linguagem, proposição, figuração, realidade, mundo, estado de coisas, caso, sujeito, vontade, e, por conseguinte ética. Com isso perceberemos o desdobramento da filosofia wittgensteniana do Tractatus e sua influência para a construção da ética no sentido místico ou transcendental defendido pelo autor.
Palavras-chave:
Linguagem. Sujeito. Ato Volitivo. Ética.
Banca:
Prof. Dr. BRUNO RAFAELO LOPES VAZ (Presidente - UFRN)
Prof. Dr. SAMIR BEZERRA GORSKY (Membro Interno - UFRN)
Prof. Dr. MARCOS DE CAMARGO VON ZUBEN (Membro externo - UERN)
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Data:
04/12/2018
Título:
"O IMPESSOAL E A TÉCNICA EM MARTIN HEIDEGGER"
Resumo:
A presente pesquisa busca abordar dois conceitos fundamentais para o pensamento do filósofo alemão Martin Heidegger, são estes: O ser e a técnica. No ano de 1927, Heidegger publicou a sua grandiosa obra, Ser e Tempo que se dedicou de maneira exemplar a compreender o sentido do ser, mas não só isso, um grande passo foi dado na questão da compreensão da existência, como fonte possibilitadora de aproximação do ser e de tudo que requer ao homem ser. Na conferência sobre A questão da técnica de 1953, Heidegger mais uma vez exalta a importância da compreensão do ser, quando apresenta a importância de se atentar para a essência da técnica. A técnica, nesse sentido, deve ser compreendida por meio de uma perspectiva ontológica, uma vez que o relacionamento próprio com sua essência é o que pode nos aproximar da compreensão do perigo salvador. Apresentamos a questão do Dasein como ser-no-mundo, ser-com, ser-em, ser-junto e a forma de ser cotidiana que é denominada de impessoal, impróprio ou a-gente. O impróprio é aquele ser que todos nós somos no cotidiano ser-um-com-o-outro. A questão da técnica será apresentada em diversos aspectos, trataremos da Gestell e da relação da técnica com a forma de ser do a-gente. Abordaremos ainda, a questão do perigo salvador e a importância da serenidade como uma atitude meditativa impulsionada por um querer superior que nos direciona para o apelo do ser. Buscaremos dessa forma, demonstrar por meio do pensamento heideggeriano, a necessidade de se voltar para o ser e ouvir o seu apelo que ecoa, em meio ao mundo técnico.
Palavras-chave:
Ser. Dasein. Impessoal. Técnica
Banca:
Prof. Dr. OSCAR FEDERICO BAUCHWITZ (Presidente - UFRN)
Prof. Dr. DAX FONSECA MORAES PAES NASCIMENTO (Membro Interno - UFRN)
Prof. Dr. LUIZ ROBERTO ALVES DOS SANTOS (Membro externo - IFRN)
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Data:
26/11/2018
Título:
"A ilusão transcendental na Crítica da Razão Pura: Ponderações judicativas e hermenêuticas sobre a dinâmica ilusória da razão em seu uso puro e sua importância para o sistema crítico-transcendental "
Resumo:
Na Crítica da Razão Pura (KrV), especialmente na abertura da Dialética Transcendental, Kant assevera que há na razão humana uma “ilusão natural e inevitável” que a incita a extrapolar os limites da experiência possível, tomando princípios subjetivos como objetivos. Essa ilusão é chamada de “ilusão transcendental” e tem como sede de sua dinâmica a razão pura. A presente dissertação objetiva discutir e elucidar esse tópico da filosofia teórica kantiana, descrever suas particularidades, aportá-lo no sistema crítico-transcendental, e revelar, por fim, sua importância neste arcabouço. Para tanto, segmenta-se em três capítulos principais, cada qual dotado de subseções, nos quais o tema é detidamente discutido. No primeiro capítulo, denominado de Prolegômenos ao tema da ilusão transcendental, é considerado o intertexto imediato desta ilusão, a saber, a Dialética Transcendental, e o porquê de Kant compreender essa seção da KrV como “lógica da ilusão”. Adicionalmente, é aduzida uma avaliação hermenêutica de Schein, vocábulo que designa a ilusão, bem como as distinções entre a ilusão empírica, lógica e transcendental, feitas por Kant. No segundo capítulo, intitulado de A ilusão transcendental na Crítica da Razão Pura(KrV), este tema é especificamente abordado a partir de sua definição e caracterizações básicas, passando por uma análise textual acerca da natureza e da inevitabilidade desta ilusão, assim como sua relação com as ideias regulativas da razão. No último capítulo, nomeado de A importância epistemológica da ilusão transcendental, busca-se compreender a relevância deste tópico da filosofia crítico-teórica kantiana em termos epistemológicos. Destarte, abordam-se os papéis positivo e negativo da ilusão transcendental e, por fim, oferece-se uma solução heurística. Esta se encarregará de levantar os meandros deste problema e conduzi-los à formatação constitutiva da dinâmica da razão, levando-se em conta os papeis anteriormente destacados no campo epistemológico, sem deixar de oferecer justificativas para o ato de presidir novos conhecimentos e a eloquente capacidade inventiva da razão.
Palavras-chave:
Ilusão transcendental; Razão pura; Dialética Transcendental; Kant.
Banca:
Prof. Dr. BRUNO RAFAELO LOPES VAZ (Presidente - UFRN)
Prof. Dr. ALEXANDRE MEDEIROS DE ARAUJO (Membro Externo - IFRN)
Prof. Dr. JOEL THIAGO KLEIN (Membro externo - UFSC)

Dissertação não disponível