IV ENCONTRO INTERINSTITUCIONAL DE FILOSOFIA
UFPE-UFPB-UFRN

XVI SEMANA DE FILOSOFIA DA UFRN

"O Universal e o Particular Hoje"

Natal, 5 a 9 de junho de 2006
 

 

Apresentação Áreas temáticas Atividades Programação Hospedagem/Alimentação Comissão

Resumos

Os resumos estão divididos de acordo com a primeira letra do nome do autor do trabalho.

A - D

E - H

I - L

M - P

Q - T

U - Z


O Papel do Estudante da Filosofia Política de Walter Benjamin
Viviane Sueli Paixão da Silva
UECE

Numa interpretação do pensamento de Benjamin, podemos dizer que o estudante representa um protótipo da sociedade moderna. Enquanto tábua de salvação da humanidade, o estudante abandonou uma por uma todas as peças do real saber. Passou a viver uma pseudo-realidade dentro da universidade, criando para si um espaço imagético-ilusório, de um saber fragmentado que não dá conta sequer de sua própria realidade. Sua existência passa a ser fundada no caráter mercantil. Enquanto mercadoria, ele deve garantir sua sobrevivência como força de trabalho. Ou seja, há um domínio da profissão. No espaço homogêneo e vazio da história como progresso, ele se apodera de forma acrítica dos conteúdos, encontrando apenas no dever, na obrigação, a força motriz das suas ações. Assim, os estudantes, hoje, não são capazes nem mesmo de compreender a questão da vida científica e até que ponto ela implica um protesto insolúvel contra a vida profissional de seu tempo. A obrigatoriedade move o estudante. É o dever de ser ético, o dever de servir a sociedade. Não existe uma consciência ativa. Ele se move como o homem na multidão, respeitando apenas o lado que é seu. Ele não tem a noção do dever com o outro ou consigo mesmo, respeita apenas uma obrigatoriedade ética imposta pela sociedade. Enquanto isso, na universidade, professores e alunos passam uns pelos outros sem nunca se enxergarem. Não há uma tentativa de capturar a experiência, a verdade, ou sequer a ciência enquanto saber porque não há a consciência do que isto realmente significa. A profissão não resulta da ciência. Seu vínculo com o verdadeiro saber extinguiu-se juntamente com a experiência. Experiência esta que se extinguiu de forma universal e que como conseqüência atinge também a universidade. Há aqui uma deformação do espírito criador. Enquanto local de resgate da experiência, a universidade desviou-se de seu valor. Sua função é tão somente orientar o homem para sua colocação no mundo enquanto mercadoria. A tentativa de participação social aparece como algo mecanizado, como uma das funções a cumprir no mundo. O estudante precisa perceber que não importa que a totalidade desse trabalho seja, na verdade, de uma utilidade vazia e genérica, mas que ele exija, apesar de tudo isso, o gesto e a atitude de amor.
 


As Contradições do Multiculturalismo Liberal
Washington Luiz Martins da Silva
UFPE

O multiculturalismo liberal defende que as pessoas têm uma condição humana comum e uma igualdade natural que faz com que concorramos, em igualdade de condições, na hora de adquirir recursos. Os grupos que ocupam posições desiguais diante de outros passam pela falta de oportunidades sociais e educativas no momento de competir de forma igualitária. Para o multiculturalismo liberal, as diferenças de etnia, de classe social e de gênero não são importantes perante o interesse exclusivo pela semelhança. Essa idéia freia e debilita os objetivos democráticos, fomentando a despolitização e a descontextualização dos problemas sociais.
 


O Conceito de Vontade de Kant e Lévinas
Wescley Fernandes Araujo Freire
UECE

A partir da leitura das obras Fundamentação da Metafísica dos Costumes (1785), de Immanuel Kant (1724-1804) e Totalidade e Infinito: ensaio sobre a Exterioridade (1961), de Emmanuel Lévinas (1906-1995), o presente estudo visa apresentar o conteúdo do conceito de Vontade, bem como seu lugar na filosofia moral destes pensadores, confrontando e refletindo acerca das noções de “autonomia da vontade” (Kant) e “vontade heterônoma” (Lévinas), ambas entendidas, na perspectiva de cada autor, enquanto pressuposto da moralidade.
 


Diafania do “Meio Divino” no Universo
Witold Skwara
UFPE

A intuição do Padre Jesuíta, paleontólogo e geólogo, de caráter pan-en-teista, a envolver ao mesmo tempo, a imanência e a transcendência, apresenta a “textura” sideral e a “Terra-Viva”nela inserida, como um “Meio Divino”, repleto de majestade e de sagrado. Deste modo, tal convicção, principalmente hoje, torna-se um “farol” de apoio e de sustentação para os militantes no campo da Ecofilosofia.
A partir dos “abismos” insondáveis do Mundo nos quais habita, o Ser Supremo, “Alfa e Ômega”, não só epifaniza mas também diafaniza a sua presença, isto é, faz transparecer os próprios atributos de que se reveste: Onipotência e Consistência, Energia e Espírito.
No “corpo” do Universo em que resplandece o “Meio Divino”, fluem duas correntes entrelaçadas num abraço dialético e complementar: uma é a omegalização que “tudo” polariza e centrifica; outra é a amorização que “tudo” unifica e diferencia, permitindo assim emergir o “nome” e o “rosto” de um Deus, Vivo e Pessoal.
 

A - D

E - H

I - L

M - P

Q - T

U - Z


Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes
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