Saneamento e Covid-19: desafios e vulnerabilidades

O Ministério da Saúde confirmou, em 26 de fevereiro, o primeiro caso de Covid-19 no Brasil. Desde então, fatores como a curva de crescimento exponencial do vírus e a dificuldade na implementação de medidas de mitigação do contágio têm chamado a atenção de autoridades para um ponto essencial no combate à pandemia: o saneamento básico.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) enfatiza que o saneamento básico é um dos principais pilares para a contenção do vírus e proteção da saúde humana no atual contexto. Isso porque as medidas básicas de prevenção giram em torno da higienização correta das mãos por meio de água e sabão. Mas como assegurar que essas medidas sejam efetivadas em um cenário onde, segundo dados do Trata Brasil, cerca de 35 milhões de pessoas vivem sem um sistema de abastecimento de água potável, e pelo menos 100 milhões de brasileiros moram em localidades sem acesso à coleta de esgotos?

Sobre a vulnerabilidade das regiões de menor acesso às infraestruturas de saneamento, o professor do Departamento de Engenharia Civil da UFRN, Paulo Eduardo Vieira, destaca que, “sem dúvida, são mais vulneráveis ao avanço da Covid-19. Nestes casos devem ser adotadas medidas como forma de salvaguardar estas famílias, sobretudo no tocante ao acesso de água de qualidade”.O professor aponta que a principal recomendação de curto prazo para os locais onde não há tratamento de água e distribuição segura é evitar a disseminação do coronavírus nas próprias residências, adotando-se a adição de hipoclorito de sódio (2,5%) à água ou a ebulição (fervura) da água (durante 1 ou 2 minutos). “Além disso, é fundamental que as autoridades disponibilizem o abastecimento de água por meio de caminhões pipa para regiões sem acesso à água encanada, e garantam que as pessoas possam realizar ações de higiene em suas casas”, ressalta.

O cenário se agrava ainda mais quando observamos as regiões rurais, periféricas ou as favelas, que além do não abastecimento de água, sofrem com a falta de coleta de esgoto e gestão de resíduos sólidos. Vale salientar que já existem pesquisas e estudos científicos que correlacionam outros indicadores de falta de saneamento com a possibilidade de transmissão do vírus por via fecal-oral ou de forma retroalimentar, via mananciais ou reservas de água contaminada.

“Como se sabe, estudos recentes identificaram a presença do RNA viral em amostras de esgoto. Logo, os baixos índices de tratamento existentes no País, sobretudo nas localidades com situações mais precárias, a exemplo das regiões Norte e Nordeste, resultarão na descarga das cargas virais nos corpos receptores. É importante destacar ainda que, mesmo tratados, os esgotos podem despejar o vírus no meio ambiente, caso as estações de tratamento de esgotos não possuam unidades de desinfecção, o que ocorre em várias estações em nosso país”, explica Paulo Vieira.

O professor esclarece que a possibilidade de encontrar o novo coronavírus nos mananciais em princípio não é um risco para as regiões servidas por sistema de abastecimento de água. Contudo, o manancial porventura contaminado pode ser utilizado como fonte de água pela população que não tenha acesso à água encanada, que será exposta ao vírus.

Rio Grande do Norte e a manutenção do saneamento

Como forma de evitar impactos e possíveis paralisações em obras do setor de saneamento, o Rio Grande do Norte foi contemplado, por meio do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), com R$ 29,9 milhões para manutenção dos empreendimentos da área. O investimento, autorizado dia 8 de abril pelo Orçamento Geral da União, deve ser administrado por estados e municípios para execução de obras de abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólido, drenagem urbana e demais projetos do setor.

No contexto da manutenção das políticas públicas de saneamento e planejamento sanitário como medidas de combate e manutenção da saúde pública, o professor Paulo Eduardo destaca a importância dos Planos Municipais de Saneamento Básico e o que deve ser feito a médio prazo para evitar cenários como esse.

“No momento atual, os municípios que possuem Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) devem avaliar e adotar as medidas especificadas nos seus planos de contingência e emergência. Para o caso de municípios que não tenham concluído o PMSB, devem elaborar seus planos de contingência o mais breve possível”, defende, ao adicionar que, passada a pandemia, será necessária a atuação de políticas públicas que busquem expandir os serviços de saneamento, essencialmente para as localidades com situações mais precárias.

O trabalho pode começar pelo planejamento das ações, por meio da elaboração dos Planos Municipais de Saneamento, e em seguida pela implementação. Segundo o professor, independentemente da condição social e da região em que se situam, as habitações e o entorno devem disponibilizar serviços básicos de saneamento que mantenham a salubridade ambiental, a fim de prevenir o surgimento de doenças junto à população.

PMSB e Laproter

A UFRN, por meio do Laboratório de Processamento de dados e Gestão Territorial (Laproter), atua desde 2015 na capacitação dos responsáveis pela elaboração do PMSB, em parceria firmada com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa). A partir do documento, os municípios estão aptos a receber recursos federais voltados aos serviços de saneamento, que forneçam serviços de água, esgoto e integração dos resíduos sólidos e drenagem urbana. No total, 86 municípios receberam capacitação e são acompanhados pela equipe da UFRN na elaboração do PMSB. Destes, 40 já tiveram seus planos finalizados. Outras informações estão disponíveis no site.

LAPROTER finaliza capacitação em Veículos Aéreos Não Tripulados (VANT’s)

O curso TECNOLOGIA E INOVAÇÃO NA ANÁLISE AMBIENTAL: Curso de Veículos Aéreos Não Tripulados (VANT) e suas aplicações, foi realizado pelo Laboratório de Processamento de Dados e Gestão Territorial (LAPROTER/UFRN) em parceria com o Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (LAPIG/UFG), encerou-se  nesta Terça-feira (05).

 

Prof. Manuel Eduardo Ferreira durante o curso

Foto por: Ylanna Pires

As atividades, iniciadas na segunda-feira (04), foram conduzidas pelo Prof. Dr. Manuel Eduardo Ferreira (LAPIG/UFG), e ocorreram aulas teóricas sobre legislação, manuseio e características operacionais dos equipamentos. Na finalização da capacitação, os participantes realizaram um voo experimental. As  imagens obtidas, foram utilizadas para a produção de uma carta-imagem em de Sistemas de Informações Geográficas (SIG).

 

     VANT’s  expostos no curso antes dos Voos

O curso teve como participantes, diversas instituições do estado do Rio Grande do Norte, entre elas destaca-se representantes das seguintes instituições:  Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN); Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte – IDEMA, 16° Batalhão de Infantaria Motorizado do Exército Brasileiro, Superintendência de Infraestrutura  – INFRA (UFRN), Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis, Associação Profissional dos Geógrafos do Rio Grande do Norte (APROGEO-RN), Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (CAERN), Estação Topografia,  Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (SEMARH) e Corpo de Bombeiros Militar do estado do Rio Grande do Norte.

O sargento Wagnor Fraga, participante da capacitação, destaca a importância do evento para a equipe de Bombeiros Militares que participaram do treinamento:

“A nossa expectativa (com a capacitação) é a melhor possível. A corporação pretende adquirir alguns Drones para o melhor atendimento a população (…) colocamos aqui para participar uma pessoa de cada equipe para qualificar não apenas um setor, mas vários setores do Corpo de Bombeiros. Nesse ambiente de queimadas que está acontecendo agora, é muito importante o Drone para fazer um trabalho mais adequado”

Equipe de bombeiros Militares do estado do Rio Grande do Norte

Foto por: Ylanna Pires.

 

Para o Prof. Dr. Manuel Eduardo Ferreira, ministrante do curso, o evento é uma oportunidade de aprender os principais conceitos e aplicações da tecnologia:

“Nós iremos fazer um trabalho completo, desde a apresentação de categorias das aeronaves, até a captação de imagens e geração de produtos cartográficos. Daí a importância para os cursos de Geografia, Engenharias, Ciências Biológicas e Florestais. Os VANT’s são ferramentas versáteis, de aplicações variadas e que dão suporte aos profissionais dessas áreas. ”

O Coordenador do curso, Prof. Silvio Braz de Sousa, fala sobre o sucesso da atividade:

“O evento foi concebido para atender várias instituições que atuam no estado do Rio Grande do Norte, configurando-se um evento capaz de trazer grande retorno para a sociedade potiguar, visto que, todas estas instituições servem ao povo e suas atividades finalísticas são interessantes para todos os seguimentos da sociedade. Além disso, o evento também serviu para contatos profissionais e institucionais na área de Veículos Aéreos Não Tripulados, se tornando um ambiente profícuo para troca de experiências e crescimento da cultura tecnológica no estado do Rio Grande do Norte”.

Além disso, o Prof. Silvio Sousa agradece aos envolvidos na organização do evento:

“Gostaria de agradecer todos os bolsistas do LAPROTER que se comprometeram com o desenvolvimento da atividade de extensão. Além disso, agradecer a Pró-Reitoria de Extensão da UFRN – PROEX/UFRN pelo financiamento da atividade de extensão e a direção do Departamento de Geografia (DGE) pelo suporte com materiais e computadores.”

 

Foto por: Ylanna Pires

 

 

Tecnologia e Inovação na análise ambiental: Laproter realizará curso de Veículos Aéreos Não Tripulados (VANT)

O  Laboratório de Processamento de Dados e Gestão Territorial (LAPROTER), promoverá nos dia 04 e 05 de Novembro, uma capacitação em Drones e Veículos Aéreos Não Tripulados (VANT), para os alunos participantes do projeto. O evento, que tem como principal tema a abordagem da tecnologia e sua aplicações na análise ambiental,  será ministrado pelo Professor Doutor da UFG ,Manuel Eduardo Ferreira. E ocorrerá das 8h às 17 horas, na Superintendência de Infraestrutura (INFRA) na UFRN.

A ação, busca capacitar os estudantes sobre os princípios e  funcionalidades  das plataformas aéreas, processamento digital de imagens, planejamento de voos, mercado, normas e regulamentação. O curo é uma  parceria entre o Lapig (Laboratório e Processamento de imagens e Geoprocessamento), o LAPROTER e as Universidades Federais do Goiás e do Rio Grande do Norte.

Além da presença dos professores e participantes do projeto, órgãos como o Ministério Público, o Exército e a Polícia Militar devem prestigiar a iniciativa.

Confira a seguir a programação completa:

Imagem: Redação.

Equipe Laproter realiza reunião para balanço de atividades e novos encaminhamentos

Na última Sexta-Feira, 30 de agosto, a equipe de Geografia do Laboratório de processamentos de dados e Gestão Territorial (LAPROTER), se reuniu para discutir os balanços das atividades do projeto e os próximos direcionamentos de aperfeiçoamento técnico e realização de ações de campo. 

Dentre os pontos abordados, foram elucidadas questões acerca do Plano Diretor do Campus Macaíba, e a possibilidade de um treinamento técnico em uso de drones, equipamentos aéreos não tripulados usados para obtenção de dados geográficos de alta resolução, mapeamento e fotointerpretação de territórios. 

Além disso, a equipe também conversou com o Presidente da Ong  Bloco Florestal, Alan Hanssen. A organização atua na área do ecodesenvolvimento, buscando aliar a conservação de florestas e biomas nativos ao desenvolvimento humano das comunidades inseridas em tais contextos. O bate-papo possibilitou a apresentação de ambos os projetos e fomentou discussões sobre sustentabilidade e construção de bases de dados para a efetivação de proteção de áreas ambientais. 

 

Foto: Ylanna Pires