Desafios e Perspectivas das Ciências Humanas na Contemporaneidade

Sobre a s.h.XX

 

SOBRE A S.H.XX

Conferência I
Cultura científica e cultura das humanidades: uma religação necessária para o século 21
Nenhuma sociedade poderá pensar a si mesma com sabedoria se não efetivar a religação entre as culturas humanista e científica. Feita em 1959, essa afirmação de Charles Snow permanece desafiadora cinquenta e quatro anos depois, dado o caráter hegemônico assumido pela fragmentação dos saberes, pelas tecnociências, pelo poder do Estado. Cabe repensá-la agora diante da epidemia de conformismo da vida pública, das incertezas e contradições da mundialização, para propor vias reformadoras para o futuro da humanidade.
Conferencista: Edgard de Assis Carvalho, Graduação em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (1968), Doutorado em Antropologia pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Rio Claro (1974), Pós-Doutorado pela Ecole des Hautes en Sciences Sociales, EHESS (1980) e Livre-Docente pela Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara, UNESP (1995). Atualmente é professor titular de Antropologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e Coordenador do Núcleo de Estudos da Complexidade, Membro do Conselho Científico da Universidad del Mundo Real, Hermosillo, México. Representante da Cátedra itinerante da Unesco Edgard Morin. Trabalhos, livros, aritgos, orientações de dissertações e teses na área da Teoria Antropológica Contemporânea e Antropologia dos Sistemas Complexos.

Conferência II
“A invisibilidade das classes sociais como problema Sociológico”
O debate público brasileiro sobre a “nova classe média” é dominado por um debate pobre e superficial, que associa pertencimento de classe à renda. No entanto, a mera classificação econômica e estatística por faixas de renda não explica rigorosamente nada. Mas ela dá a “impressão” que explica. Passa-se a ilusão de que se organiza uma realidade confusa. O que importa saber para que se conheça uma “classe social” é o “como”, em cada caso, as pessoas são produzidas como seres humanos com capacidades distintas e acesso distinto a todos os bens e recursos sociais escassos em competição na luta social. Não existe questão mais importante que esta, porque é a questão que nos move a todos durante as vinte e quatro horas de cada dia. Associar classe à renda é fazer de conta que se fala de classe quando se escondem, na verdade, todas as questões que esclarecem a gênese social dos privilégios injustos.
Conferencista: Jessé de Souza - Doutor em Sociologia pela Karl Ruprecht Universität Heidelberg, Alemanha (1991), pós doutorado em filosofia e psicanálise na New School for Social research de Nova Iorque, EUA (1994-1995) e livre docência em sociologia pela Universität Flensburg, Alemanha (2006). Professor visitante, na Universität Bremen, Alemanha (1999-2000). Escreveu como autor e organizador 23 livros, em diversas línguas, sobre teoria social, pensamento social brasileiro e estudos teórico/empíricos sobre desigualdade e classes sociais no Brasil contemporâneo.

Conferência III
Ordem espacial e ciências humanas
Muitos autores tem apelado nos últimos anos para a ideia de uma “redescoberta” da espacialidade (spatial turn) pelas ciências sociais e pela própria Geografia. Essa valorização do raciocínio espacial seria mesmo para alguns o ingrediente que caracterizaria a passagem de um pensamento social moderno, fundado na historicidade, para uma concepção pós-moderna, concepção esta muito mais sensível e convencida da relevância da dimensão espacial dos fenômenos. O exame mais acurado do desenvolvimento das ciências sociais em geral e da geografia em particular autoriza a construir, no entanto, um raciocínio bem diferente.
Conferencista: Paulo Cesar da Costa Gomes – Docteur en Géographie pela Sorbonne - Universite de Paris IV (1992). Professor convidado em diversas Universidades da França (La Rochelle, Pau, Lyon e Reims), bolsista-pesquisador na Universidade de Ottawa, Canadá (1995 e 2002), Pós-Poutorado na Université de Paris III (2005), atualmente é professor associado na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tem experiência nas áreas de Teoria e Métodos em Geografia, com ênfase em História do Pensamento Geográfico, Epistemologia da geografia e Geografia Política, atuando principalmente nos seguintes temas: espaço público, território, epistemologia da geografia, cidadania e cultura.

Mesa Redonda
Esta será uma mesa de depoimentos e discussões sobre a Semana de Humanidades nas últimas duas décadas. Ela terá mais do que um caráter celebrativo. Nessa mesa se procurará a compreensão da contribuição das Semanas para o CCHLA nos seus diferentes contextos, levando em conta os diversos aspectos da vida acadêmica e administrativa e as exigências que têm sido colocados em termos de formação discente, pesquisa e relação do CCHLA com a sociedade.
Expositores: Ex-Diretores do CCHLA

Palestra I
Desafios e Papel dos Mestrados Profissionais
A palestra enfatizará o principal objetivo do mestrado profissional que é formar recursos humanos para atuar em setores não acadêmicos, transferir conhecimentos à sociedade, atender demandas específicas e arranjos produtivos para o desenvolvimento nacional, regional e local. Além disso, contribuir para ampliar a competitividade e a produtividade de empresas, organizações públicas e particulares. Assim como os desafios colocados por esta modalidade de formação.
Palestrante: Lívio Amaral - Doutor em Física (1982) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e pós-doutorados no "Centre de Spectrométrie Nucléaire Et de Spectrométrie de Masse", Paris, França (1985) , no "Fundamenteel Onderzoek Der Materie", Amsterdam, Holanda (1992). Exerceu diversos cargos de representação, consultoria e administração na UFRGS, em agências do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Ministério da Educação (MEC) e Fundações de Amparo à Pesquisa, bem como na Sociedade Brasileira de Física (SBF). Tem mais de 130 publicações em revistas especializadas e orientou e co-orientou 31 mestres e doutores. Em 2006 recebeu a comenda da Ordem Nacional do Mérito Científico e Grão Cruz em 2009, em 2007 recebeu o Prêmio FAPERGS/Copesul - Pesquisador Destaque na área de Física e Astronomia. Em maio de 2009 foi cedido para exercer o cargo de Diretor de Diretor de Avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento do Ensino Superior (CAPES).

Palestra II
A mesa se propõe discutir o papel da Comissão da Verdade que foi criada com a incumbência de investigar os milhares de casos de violações dos direitos humanos ocorridas em nosso país, no período de 1946 a 1988, em especial entre 1964 e 1985 e nomear as vítimas, esclarecer seus destinos e identificar os responsáveis, sejam eles pessoas ou instituições. Além disso, pretende-se discutir para além das atribuições  exclusivas de um órgão oficial. A ideia é promover o debate visando formas de se resgatar a Verdade, a Memória e a Justiça somando esforços no sentido de potencializar a universidade como canal para a mobilização da sociedade em busca de suas verdades e ajudar a escrever a história das violações dos direitos humanos nos Estados, fazendo deste processo, ao mesmo tempo, um momento de debate e reflexão.
Palestrante: Ricardo Barbosa de Lima - Bacharelado (1991) e Licenciatura Plena (1993) em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Goiás, mestrado em Sociologia, área de concentração "Estado e Sociedade", pela Universidade de Brasília (1999) e Doutorado Multidisciplinar em "Desenvolvimento Sustentável", área de concentração "Política e Gestão Ambiental" também pela Universidade de Brasília (2005).