Em Lisboa, um evento literário reúne mulheres escritoras, leitoras, investigadoras, jornalistas e ativistas.

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   Acontece entre 7 e 10 de Março de 2019 o I Mulherio das Letras – Portugal. Um coletivo espontâneo que tenciona tornar-se cada vez maior. Escritoras incontornáveis no panorama da cultura portuguesa – e em língua portuguesa — do século XX vão animar um evento organizado por Elizabeth Olegário e Noemi Alfieri, investigadoras do CHAM da Universidade Nova de Lisboa em ocasião do Dia Internacional da Mulher: o I Mulherio das Letras – Portugal. Entre elas, Maria Teresa Horta (há pouco proposta pela Sociedade Portuguesa de Escritores como candidata ao Nobel da Literatura 2019), Isabel do Carmo, Lídia Jorge e Ana Paula Tavares.

   O evento, organizado em ocasião das celebrações  do Dia Internacional da Mulher, conta com palestras, comunicações e intervenções de mais de 30 mulheres e tem o objectivo de contribuir para a difusão da produção cultural e artística de autoria feminina.
   Tratar-se-á, ainda, de um evento híbrido, realizado entre a FCSH da Universidade Nova de Lisboa e o Palácio de Baldaya, em Benfica. Haverá ativações musicais de Maria Anadon e Camilla Masiso, em representação da tentativa de conexão entre mulheres provenientes de distintas partes do mundo: depois de João Pessoa, no nordeste brasileiro (2017)e Perugia, na Itália (2018), a iniciativa chega a Lisboa.
   A novidade que a edição portuguesa traz para a iniciativa consiste na participação de cantoras e de representantes de associações que trabalham ativamente, no nosso país, para a inserção das minorias: Renovar a Mouraria com o Projecto WEMIN (Integração de mulheres migrantes), a Djass, associação de afro-descendentes e a Amucip (Associação de Mulheres Ciganas Portuguesas). Para além do patrocínio da Associação Portuguesa de Escritores, no dia 9 haverá um lançamento de dois volumes, respectivamente de 60 autoras de prosa e 60 poesia, pela In-Finita de Adriana Mayrinck, organizadora das atividades no Palácio de Baldaya. Uma das mesas temáticas focar-se-à, ainda, no tema “Mulher e África” e nas elaboração identitárias no Portugal contemporâneo.
  Afirmam as organizadoras: “Compreendemos que os movimentos de mulheres são um componente crucial para qualquer projeto de transformação radical da sociedade. Este evento é, portanto, pensado como uma politica de irmandade, como um lugar de retomada de vozes silenciadas e uma ferramenta de discussão e difusão da produção artístico-cultural de autoria feminina.”
  A iniciativa insere-se nas atividades do grupo de investigação” História das Mulheres e do Gênero ” do CHAM, que divulga o programa completo ao link http://cham.fcsh.unl.pt/ac_actividade.aspx?ActId=852. Uma plataforma espontânea e colaborativa, que ponha na mesa a condição feminina. Esta é a ambição do Mulherio.
  Elizabeth Olegário foi aluna do curso de Letras da UFRN, tendo coordenado o setor  de cultura, esporte e lazer do  Centro Acadêmico de Letras  da UFRN e organizado a I Semana de Letras da UFRN  (I SeLet) .

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