Aulas de campo promovem outro olhar sobre as paisagens e lugares do Nordeste

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Ensinar a partir da inserção e vivência dos contextos geomorfológicos. Esta é uma das práticas do professor Lutiane Almeida, coordenador do Grupo de Pesquisa Georisco, que no início deste mês reuniu 25 estudantes da Licenciatura em Geografia da UFRN para observar de perto estruturas geológicas e formas de relevo, e estudar a paisagem desde seu contexto. Os professores do curso Sebastião Pinheiro da Silva e Francisco Jablinski Castelhano também se fizeram presentes.

De 1º a 3 de dezembro, os acadêmicos fizeram um percurso para compreender melhor aspectos que se entrecruzam nos estudos da Geografia. “Aprendemos sobre o clima do semiárido, discutimos sobre as causas e efeitos das chuvas recentes, as formas geológicas presentes nos lugares visitados… foi um aprendizado muito interessante, pois finalmente vimos o que foi passado em sala de aula”, declara Clauber Telles, quem participou da viagem.

Já a estudante Aline Alves reforçou a viagem como forma de melhor assimilar os conteúdos aprendidos em sala de aula. “No caso da disciplina de Geomorfologia, por seu caráter técnico, a ida ao campo é fundamental por permitir a visualização mais realista dos diferentes tipos relevo em diversas localidades, percebendo de forma mais significativa os fatores que contribuem para sua modelagem e como cada um deles contribui de forma sistemática para a formação da paisagem”, explica.

A primeira parada foi no município de Angicos, ainda no Rio Grande do Norte, na qual a turma pode analisar o Pico do Cabugi, um cone vulcânico que, além de sua beleza, é um exemplo do vulcanismo no Brasil. Na sequência houve a visita à Floresta Nacional de Açu, uma unidade de conservação do bioma Caatinga. “Eu diria que um geógrafo nordestino precisa sentir na pele e observar a paisagem da caatinga com seus próprios sentidos. Aprendemos durante toda a viagem a importância de se preservar a vegetação da Caatinga, assim como sua contribuição ao ecossistema da nossa região”, reforça Telles.

A praia e o mangue também foram foco da atividade, onde foi possível identificar dois tipos de falésias, as ativas e inativas. Castelhano aproveitou a oportunidade para tratar dos impactos causados pelos aerogeradores, responsáveis pela energia eólica, convidando a todos a pensar sobre como tal empreendimento afeta a vida das populações locais e o ambiente no qual são instalados.

Houve ainda um momento de especial atenção para a identificação dos relevos e das rochas, com a visita ao sítio arqueológico Lajedo de Soledade, que contém a maior exposição de rocha calcária da Bacia Potiguar. Os guias do local falaram sobre as pinturas rupestres, e os costumes e modos de vida dos indígenas que habitavam o local há mais de 3 mil anos. Por fim, o último destino foi a Serra do Martins, na qual foi possível observar uma paisagem de contrastes: de um lado a paisagem mais árida da Caatinga e do outro, uma cobertura vegetal mais verde.

Texto: Eloisa Loose

Fotografia: Mariana Silva

 

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