O livro didático no Brasil: um material produzido a muitas mãos

Os livros didáticos têm “muita coisa escrita”, “em 21, todos os livros serão nossos”, afirmou Jair Bolsonaro em 03/01/2020.

Objeto de interesses, os livros didáticos são resultado de um amplo processo. O PNLD faz parte dessa história. Como política pública garantiu a compra pelo Estado de materiais corretos, atualizados e consonantes com as demandas sociais. Ao publicar critérios de avaliação para os livros didáticos abre-se um momento de participação da sociedade, um palco de disputas em torno do que deveria ser um livro didático.

A ABRALE representa os autores de livros educativos e é uma das principais interlocutoras com o Estado. Os critérios que determinam a qualidade do livro didático não são feitos apenas pelo MEC, resultam desses vários movimentos de comunicação entre diversas instâncias.

O livro didático contem muito texto, mas foram resultados cumulativos da cultura e da disputa da sociedade democrática, o que desautoriza olhares que o tomem como uma imposição vertical do Estado. Assim, não são hinos nem bandeiras que fortalecerão a democracia, mas a ampliação dos canais de diálogo entre os vários interessados.

Texto: Jandson Bernardo